Desde dança, a música eletrónica. A blackbox do gnration foi palco de um espetáculo indistinguível, levado a cabo pela bailarina Mariana Tengner Barros.

O gnration apresentou, esta sexta-feita, o espetáculo de dança “EXI(s)T(s)”, pela coreógrafa e performer portuguesa, Mariana Tengner Barros.

Sala escura. Desenhos aleatórios e fluorescentes no chão. Bailarinos vestidos de branco. Uma tela e um projetor. Foi assim que, neste encontro sem palco, espetadores e artistas se encontraram no mesmo plano, tornando este um espetáculo tão interativo quanto peculiar.

A tela apresentada ao longo da performance representou um fundo desfocado e a música eletrónica preencheu a sala escolhida. Neste cenário, os bailarinos abriram o espetáculo, gesticulando, tocando-se e representando, desta forma, corpos psicadélicos em movimento.

De seguida, o desenho apresentado na tela passou a ser um carro em movimento. Com esta imagem a servir de fundo e de motivo, os bailarinos rodopiaram e respiraram lentamente. O ritmo da atuação aumentou quando os dançarinos se atiraram bruscamente ao chão, fingindo-se paralisados.

Representações do Homem primitivo foram os elementos selecionados para o momento que se seguiu, exibindo-se clipes de fundo do mesmo. Os artistas, com collants na cabeça, dançaram entrelaçados entre si e ao som de ritmos tribais, tocados expressivamente por outros atores desta composição. Na plateia, já todos os presentes se tinham deixado levar pelo que viam. Havia pessoas a bater o pé e a dançar.

No centro, uma bailarina apresenta-se e começaram a ecoar vozes inesperadas de vários tons. A artista rodopiava e mexia os lábios e a boca, bruscamente. Juntaram-se a ela outros bailarinos, vestidos de forma extravagante: brilhos, chapéus, coletes de proteção civil eram alguns dos adereços presentes neste momento do espetáculo.

No meio de toda aquela confusão, as luzes ligaram e a música parou. “Já acabou?”, perguntaram as pessoas entre si, confusas com o que acabara de acontecer. A resposta era sim. Tal como todo o espetáculo, o fim foi, também, inesperado.

Dança, música eletrónica, perfurações africanas, artes visuais e elementos multimédia foram alguns dos conceitos utilizados ao longo deste espetáculo, que proporcionaram à audiência bracarense uma experiência imersiva e única.