O ComUM festejou esta terça-feira o 13º aniversário com a conversa intitulada “Histórias em ComUM - o que fica de quem vai”. O evento realizou-se na Sala de Atos do ICS.
Os jornalistas Samuel Silva, do Público, Emanuel Boavista, da RTP, e Rui Barros, da Rádio Renascença, juntaram-se esta terça-feira para uma conversa informal com o mote “Histórias em ComUM: o que fica de quem vai”. A tertúlia, moderada pelo prof. Luís António Santos, enquadrou-se na cerimónia de comemoração do 13º aniversário do jornal online dos alunos de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho, que decorreu na Sala de Atos do Instituto de Ciências Sociais.
A sessão reuniu três antigos membros do ComUM, que recordaram algumas peripécias que os marcaram ao longo dos seus trajetos. Tendo colaborado em alturas diferentes do projeto, lembraram as diferentes fases que o órgão de comunicação social online viveu.
Samuel Silva, editor de Sociedade na primeira direção, afirma que o jornal nasceu porque “faltava um espaço para fazer aquilo que o ComUM permite: exercitar a escrita e o espírito jornalístico”. O jornalista do Público recorda que o projeto foi criado por ex-membros da direção do Jornal Académico, que decidiram sair do jornal devido a algumas divergências que houve com a Associação Académica da Universidade do Minho.
Emanuel Boavista entrou para o jornal “para experimentar o jornalismo”, numa altura em que o ComUM “estava a começar a crescer”. O jornalista da RTP refere que a vantagem do jornalismo académico é poder “contar aquela história, que não parece interessante, de uma forma interessante”. Para Samuel Silva, este é um jornal que “conta histórias diferentes” e que “conseguiu crescer e ser um jornal regional relevante”.
Na época de Rui Barros, o desafio foi a “projeção do ComUM para fora”. O antigo diretor afirma que o jornal era apenas lido pelos alunos do curso e pelos professores do Instituto de Ciências Sociais até que “algo grande” começou: a aposta na área da multimédia. Assim, surgiram as grandes reportagens como forma de alargar os horizontes do ComUM.
Emanuel Boavista realça o facto de muitas histórias de jornais académicos serem aproveitadas pelo “mundo profissional”. Samuel Silva acrescenta que “o ComUM já entra no mundo profissional” e é um sítio onde se podem ir buscar pessoas e histórias. O jornalista do Público salienta ainda que o facto de o ComUM estar no currículo dos alunos “é muito valorizado.”
“O ComUM funciona na perspectiva de uma Oficina de Jornalismo”, como está escrito no estatuto editorial. Emanuel Boavista afirma que “apesar do rigor [que existe no jornal online] há mais margem para poder experimentar e errar”. Rui Barros salienta que o ComUM é “um laboratório” em que se experimenta fazer jornalismo. Segundo Samuel Silva, para haver distinção neste mercado, é preciso haver qualidade em todos os processos. “No ComUM, desde o início, sempre foi aplicado o mesmo rigor que se tem ao nível profissional”.
Em relação ao futuro do ComUM, Emanuel Boavista reconhece que o jornal tem a vantagem de estar online e o futuro “vai passar de certeza” por aí. Já Samuel Silva tem uma perspetiva mais abrangente e afirma que “ninguém sabe o futuro do jornalismo”. Rui Barros destaca a importância de haver uma constante “autoavaliação sobre o que se faz bem, o que se faz mal e o que falta fazer”.
O evento contou ainda com a apresentação de um jornal comemorativo em papel, em “homenagem a todos aqueles que contribuíram para que o ComUM se tornasse na referência do jornalismo académico que é hoje”, como explica o diretor Tiago Gonçalves. O jornal online dos alunos do curso de Ciências da Comunicação foi fundado no dia 12 de dezembro de 2005 por Hélder Beja e Hugo Torres.
José Duque e Rafaela Ribeiro