Atualmente, a realidade do Ensino Superior, tanto para os Estudantes como para os Docentes, é viver, indiscutivelmente, com pressão, carga horária e acumulação de funções. O que as pessoas consideram ser o único meio para o sucesso pode ter como preço o burnout. Considero que esta não é uma realidade que poucos conhecem, mas, sim, uma realidade que muitos ignoram.

O burnout acontece quando há uma desconexão afetivo-emocional em relação às tarefas e ao trabalho, isto é, deixamos de as fazer porque realmente sentimos prazer a executá-las para as fazer porque “tem de ser”. Consequentemente, existe um esgotamento físico e mental associado à vida profissional. Por outras palavras, sente-se desmotivação, dificuldades de concentração e de criatividade, fadiga, problemas de humor (irritabilidade e/ou ansiedade) e incapacidade de gerir novas situações no trabalho, que levam a uma menor eficácia profissional.

Hoje em dia, grande parte dos Estudantes do Ensino Superior estuda, trabalha, faz voluntariado, envolve-se no associativismo, entre outras atividades, e o grande desafio que os alunos enfrentam leva a que o tempo livre fique cada vez mais escasso. Os Docentes, por sua vez, são professores, investigadores e profissionais da área (por exemplo, psicólogos ou médicos). Tendo em conta tudo o que isso envolve, demonstra-se facilmente que há condições de trabalho pouco ideais.

Tudo isto é fazível a curto prazo, “um café resolve tudo”. A longo prazo, pode levar a elevados níveis de stress, depressão e, consequentemente, a uma baixa produtividade. Porque, sim, trabalhar mais horas não significa aumentar a produtividade. Significa, sim, aumentar a incongruência entre o que se faz e o sentimento de recompensa e, consequentemente, potenciar o burnout.

Alguém que valorize esta dedicação limite só vai prejudicar os resultados. Na prática profissional, um dos exemplos disto é deixar de se ver “aquela pessoa” e passar a ver-se “apenas mais uma pessoa”. Os que se encontram neste estado são muitos, mas os que estão em risco são muitos mais. Assim, parte de cada um investir na rede de suporte (amigos, familiares…), delegar funções, reivindicar os direitos de trabalho, recorrer a Psicólogos, ou seja, tudo o que nos possa deixar equilibrados e saudáveis, tanto física como mentalmente.

O trabalho deve dignificar e ajudar as pessoas, não torná-las escravas do próprio trabalho ou dos seus resultados. O burnout não é o preço do sucesso! Não evite ser Humano por muito tempo!