Após quatro anos sem lançar projetos, The Smashing Pumpkins voltam a chegar-nos aos ouvidos com um álbum que se destaca pelo seu caráter inovador. Shiny And Oh So Bright é o nome do primeiro volume que integra o mais recente disco da banda norte-americana, intitulado No Past. No Future. No Sun.

Com um título que não consegue passar despercebido, No Past. No Future. No Sun, arrasta consigo um significado bastante óbvio, que nos leva a compreender a sua essência e finalidade. Mantendo-se afastado do passado e não estabelecendo ligações com o futuro, a banda tenciona encarar o presente de forma realista, tal e qual como ele é.

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No mesmo seguimento de ideias, Shiny And Oh So Bright, o primeiro volume, também deve ser interpretado da mesma forma. “Brilhante e Oh Tão Brilhante” é a forma como The Smashing Pumpkins percecionam o seu mais recente trabalho, conferindo-lhe uma leveza diferente e distinta relativamente aquilo a que nos habituaram.

Composto por oito faixas, a primeira parte do décimo álbum de estúdio da banda traz consigo uma duração de meia hora capaz de fazer despertar variadas sensações. Suave e potente e, simultaneamente, uma fusão de vários estilos, é como se carateriza o fio condutor que está na base deste conjunto de músicas.

“Knights Of Malta” é a faixa que mais se destaca, quer pela simplicidade quer pelo conteúdo encantador que detem em si. Com uma musicalidade harmoniosa com a introdução de um violino e piano, a canção permite mostrar o lado mais alternativo, sentimental e pacífico de The Smashing Pumpkins. O seu início, marcado com alguns “Woah” e, seguidamente, com a voz limpa do vocalista Billy Corgan, torna-se uma melodia que dificilmente nos sai da cabeça. Também detem um forte conteúdo lírico, o que faz com que a atenção em ouvi-la não se dissipe. “We’re gonna make this happen, I’m gonna fly forever, We’re gonna ride that rainbow”.

Uma outra canção que merece reconhecimento é “Solara”. Sendo a primeira faixa do álbum, “Solara” demonstra que a magia de The Smashing Pumpkins não está perdida. Identificável por um riff arrepiante que constrói uma sublime erupção de distorção de guitarra e vocais crescentes, é possível afirmar esta é uma obra típica da banda. Com um refrão marcado pela frase “I’m not everyone”, Corgan mostra que uma frase simplista consegue não cair na banalidade.

“Marchin’ On” também se destaca pelo lado mais pesado e potente da banda norte-americana. Esta faixa traz consigo um toque de Metal, que consegue ir alternando a nível de ritmos. Ouvindo-a, torna-se impossível manter os pés assentes no chão.

Em contribuição para o lado mais calmo e pacífico do álbum, “Travels” e “Alienation” são dois temas que conseguem demonstrar bem esse caráter. Diferentes entre si, mas semelhantes na sua sonoridade, em ambas as músicas contamos com uma performance mais suave por parte da banda. Aqui estabelecem um registo sossegado de início que, à medida que os minutos vão passando, faz-se notar um crescendo no instrumental, que depois termina da forma repousada como começou.

“Seek And You Shall Destroy” e “With Sympathy” talvez sejam as faixas que mais deixam a desejar neste primeiro volume. Marcadas por uma melodia monótona que se vai tornando cansativa, dificilmente conseguem o brilhantismo comparativamente às outras canções. Embora tenham estilos e sonoridades diferentes, ambas podem ser postas no mesmo saco.

Sem mais nada a acrescentar, Shiny And Oh So Bright é um álbum que detém em si uma característica especial, uma vez que é aqui que a banda pretende fazer algo novo ao tentar alterar um pouco o seu registo musical e adaptá-lo a outros. Surpreendentemente, esta mudança é encarada de uma forma bastante positiva, pois está um trabalho bem conseguido e coeso, capaz de demonstrar o potencial destas abóboras sensacionais.