Os reis da Bazuuca subiram ao trono nos palcos do Lustre para bombardear Braga com concertos explosivos.

Na noite de reis, as bandas da Bazuuca, agência e promotora musical de Braga, encheram o Lustre com nove concertos, para celebrar um novo ano que promete novos álbuns, novas tendências e a continuação da expansão musical da cidade.

Bazuuca

Sofia Vieira / ComUM

Às 23 horas, Tundra Fault abriu as festividades para apresentar, num ambiente hipnótico e absorvente, alguns dos temas que tem vindo a lançar desde 2015. Provando que a música eletrónica também se faz em Braga, Miguel De – mentor do projeto – disse, em entrevista, que, apesar de em Portugal se associar a música eletrónica à dança, “ela é muito mais do que isso”, havendo “muita gente a fazer boa eletrónica em Portugal”.

Depois de quase um ano sem espetáculos ao vivo, foi a vez de The Missing Link começar a aquecer o ambiente, apresentado temas inéditos. Com uma sonoridade exótica, a banda bracarense deixou a sala pronta para uma noite que prometia ser longa. Em entrevista, a banda confessou que “depois de um ano a preparar um novo álbum, vimos na noite da Bazuuca uma oportunidade para apresentar novos temas, e ver a reação das pessoas”.

Já perto da meia-noite, os This Penguin Can Fly surpreenderam o público com músicas inéditas, que integrarão um novo álbum. Ao concerto não faltou energia que contagiou o público, dando continuação ao ritmo aberto pelos concertos anteriores.

A banda está a preparar um novo álbum, com edição prevista para outubro de 2019. Segundo o baterista José Manuel Gomes, o novo trabalho “vai ser um disco muito diferente do que já fizemos, nós somos rotulados de banda de post-rock, mas estamos a tentar fugir cada vez mais disso, sem sair da sonoridade de ambiente, mas desta vez com um lado energético e dançável”.

Os Máquina del Amor, nome da música experimental bracarense, encheram a sala com o seu som único e urbano, que hipnotizou o público entre distorções de guitarra e de sintetizador. Ao ComUM, a banda anunciou que já está a trabalhar num novo álbum, que será lançado no final deste ano.

Continuando em palco, o guitarrista de Máquina del Amor, Palas, deu seguimento a uma noite cada vez mais intensa com o seu projeto homónimo. Para o artista, este projeto surge de um “acumular de músicas que fui escrevendo ao longo dos anos”, que assentam num registo muito diferente daquele que é Máquina del Amor.

Os No ! On, dupla composta por Márcio Alfama e Marco Pereira, interpretaram o que de mais industrial tem a eletrónica produzida em Braga. A sala foi pequena para a quantidade de pessoas que queria ver e sentir a atmosfera pesada do grupo.

Entrando na reta final da noite, os Quadra subiram ao palco para interpretar temas do primeiro álbum, “Cacau”, lançado em 2018, bem como dois novos temas. O concerto manteve a pedalada habitual de início ao fim, cheio de força e ritmo. A banda garantiu um novo álbum em 2019, cujo concerto de apresentação está marcado para maio.

Um dos momentos mais altos da noite foi o concerto de Granfather´s House, que subiram ao palco de forma inesperada, tocando atrás de dois figurinos encarapuçados e com a boca selada. Num ato teatral, foi notório o carisma da banda e o êxtase do público, que ficou enfeitiçado pelo som magnético e cativante da banda.

Interpretando músicas dos dois álbuns lançados até ao momento, “Slow Move” e “Diving”, é evidente a evolução da banda e dos seus integrantes como artistas. A atitude, força e envolvência de Grandfathers´s House preparam-lhes um futuro de grandes espetáculos, enquanto se afirmam como uma promessa da música alternativa portuguesa.

Rita Sampaio, vocalista e teclista do projeto, mostrou-se surpreendida: “a banda começou como um projeto caseiro, mas começou a tomar proporções, que ultrapassaram muito a expectativa inicial”.

Tiago Sampaio, o guitarrista e fundador da banda, afirmou-se muito satisfeito com o crescimento do projeto, que teve já presença marcada no palco principal do Festival de Paredes de Coura, local onde já atuaram três vezes. “Quando começas um projeto artístico vindo de um meio como Braga ou arredores, é um pouco difícil teres expectativas, porque elas andam num limbo, mas isto cresceu muito bem.”

Para fechar a noite, os Bed Legs rebentaram com a sala do Lustre, enchendo a mesma com a energia do rock que têm vindo a fazer desde 2014. O concerto fez vibrar todo o público com o seu ritmo e som poderosos, acompanhados pela presença inconfundível do vocalista, Ferna.

Houve energia suficiente para vários crowdsurfs e um moshe pit que durou todo o concerto. Já no descanso do backstage, Ferna admitiu ter sido “uma noite fenomenal, estava imensa gente a curtir bandas de estilos muito diferentes, e o ambiente estava preparado para concertos incríveis”.