Rui Vieira de Castro defende um maior debate sobre a questão. Portugal é dos poucos países da OCDE onde se cobra propinas no primeiro ciclo do Ensino Superior.

Rui Vieira de Castro acredita que para já “não é possível” acabar com as propinas no Ensino Superior.  Em declarações à RUM, o reitor diz que a medida pode levar a “um problema seríssimo de instabilidade nas instituições”. Caso se concretize, tem de existir um “adequado modelo de financiamento para as universidades”, refere.

Para o reitor da academia minhota, as propinas são uma “importante fatia” nos orçamentos das universidades. No caso da UMinho, as receitas assumem um peso de 15% no orçamento.

Rui Vieira de Castro apoia um maior diálogo sobre o peso das propinas, uma vez que “o sistema reside em demasia no esforço das famílias”.

Debate sobre a abolição das propinas

Decorreu no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), no passado dia 7, a primeira intervenção organizada pela Convenção Nacional do Ensino Superior 2030. O Presidente da República e o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, marcaram presença e mostraram defender o fim das propinas nas licenciaturas do Ensino Superior.

Marcelo considera que o setor do Ensino Superior “não é prioritário para a sociedade portuguesa”, classificando esse facto como “gravíssimo”. O Presidente diz que este quadro “é muito negativo em termos do futuro do país” e coloca Portugal numa “posição muito má em termos internacionais”.  O chefe de Estado aponta ainda para a necessidade de uma nova reforma no Ensino Superior, lembrando que a última aconteceu há mais de 20 anos.

Manuel Heitor defende que o fim das propinas é “um cenário favorável” no prazo de uma década, mesmo que origine “um esforço coletivo de todos os portugueses”. O ministro do Ensino Superior refere ainda que, nos últimos três anos, houve “um aumento de 24% no número de bolsas de ação social escolar”. A aprovação da descida do valor anual das propinas para 856 euros é já uma realidade.