Com o Orçamento do Estado para este ano, o valor destinado ao Ensino Superior volta a ser criticado.

Rui Vieira de Castro, reitor da Universidade do Minho (UM), garantiu, em declarações à RUM, que a verba do Orçamento do Estado atribuída ao Ensino Superior irá cobrir “62% da massa salarial” da UMinho, em 2019. A restante percentagem será “compensada com receitas próprias” da UMinho, acrescentou.

Salvaguardando “a boa gestão” praticada na UM, Vieira de Castro afirmou que a instituição cumpre o plano orçamental “através dos estudantes que recruta, dos projetos de investigação que consegue e das prestações de serviços que realiza”. Contudo, o reitor da UM realçou a situação de “conjuntura económica, que provoca instabilidade no planeamento a longo-prazo”.

Caso a economia portuguesa passe “novamente por uma fase crítica”, esta poderá ter “um reflexo imediato em duas áreas fundamentais: nos projetos de prestação de serviços as receitas baixam, e, se a crise for séria, há uma diminuição de procura ao nível da graduação e pós-graduação, áreas onde a universidade procura receitas importantes”, afirmou o representante da academia minhota.

O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, António Fontainhas Fernandes, em entrevista ao Público, lamentou o valor das verbas atribuídas pelo Estado para o pagamento de salários, afirmando que as instituições “passam o ano a pedir dinheiro para cumprir obrigações”.

Segundo Fontainhas Fernandes, o financiamento destinado às universidades devia ser planeado de 10 em 10 anos. Rui Vieira de Castro corroborou a ideia afirmando que “desejavelmente, o financiamento das instituições devia ser plurianual”. O reitor da UMinho acrescentou que esta “seria uma forma de garantir um referencial estável porque a instabilidade é o pior dos cenários para as universidades”.