O abuso diário a que milhares de animais são submetidos fez várias pessoas parar, olhar e refletir na manifestação pacífica.
Sensibilizar a comunidade bracarense face aos maus-tratos a que os animais são submetidos diariamente foi o principal objetivo do “Círculo do Silêncio” que se realizou este domingo em Braga. À semelhança do que tem acontecido em diversas cidades do país, vários ativistas juntaram-se para mudar mentalidades através de demonstrações silenciosas e pacifistas.
Assente nos ideais pacifistas, o propósito foi “ mostrar a realidade da exploração animal”, contou Liliana Barros, organizadora do Círculo do Silêncio. A jovem de 27 anos destacou que quem participa fá-lo “com base no amor e na compaixão”, tentando que tudo seja “o mais pacífico possível”. A organizadora confessou, ainda, estar agradada com o fluxo de gente que se aproximou do círculo para ver as imagens e vídeos que lá passavam.
A manifestação contou com dois tipos de elementos: os que se reuniram em círculo com as suas bocas tapadas e um computador ou um cartaz nas mãos, e as pessoas que deram voz ao movimento. “Nos computadores mostrámos a indústria pecuária, a indústria da pele e do leite, e depois temos alguns cartazes sobre a caça, a pesca excessiva e sobre a indústria do entretenimento”, explicou Liliana Barros.
Os que se encontravam a dialogar com as pessoas com a finalidade de dar a conhecer a realidade dos animais optavam por informar as pessoas sobre a causa. Entre eles, Hugo Oliveira, que afirmou estar presente para “dar a conhecer algo que as pessoas não têm a oportunidade de aprender no dia a dia, para que os animais vivam uma vida livre de crueldade”. A organizadora completou sublinhado a importância de “falar um bocadinho sobre todo tipo de exploração animal ao abordar as pessoas”.
A demonstração foi marcada exatamente por isso: os vídeos que chocavam com a sua realidade, os cartazes que continham fortes mensagens e os diálogos que consciencializavam os que por lá passavam.
“Se houvessem mais manifestações destas talvez muitas pessoas mudassem a sua mentalidade”, confessou Ana Gonçalves, espectadora da manifestação pacifica. Contudo, admitiu que mudar os hábitos alimentares “seria algo extremamente difícil”. Já Maria Cunha, também espectadora, afirmou que depois da experiência vivida naquela tarde moderará ainda mais o consumo de carne, salientando “o facto de manifestação ser organizada por jovens”.
Tal como Maria, António Vassalo de 80 anos constatou que nos dias de hoje a poluição é algo banal, dando o exemplo das praias. “Vamos a uma praia e são só latas e porcarias”, contou.