Foram discutidos os futuros desafios para a EEUM, tanto no mundo empresarial como nos municípios que acolhem a instituição minhota.
No âmbito da comemoração do 44º aniversário da Escola de Engenharia da Universidade do Minho (EEUM), e dentro da Semana da Engenharia, realizou-se esta quarta-feira um debate com o tema “Desafios 4.0”, em Guimarães. O presidente da EEUM, João Monteiro, esteve presente e refletiu sobre os desafios que a Escola enfrenta.
O debate também contou com a participação do reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, de autarcas das cidades de Braga e Guimarães, de Sven Ost, membro do Conselho de Administração Bosch Car Multimedia, de Jorge Batista, co-CEO da empresa Primavera BSS, e de Carlos Mineiro Aires, Bastonário da Ordem dos Engenheiros.
O presidente da EEUM refere que a discrepância entre os cerca de 700 alunos graduados e as mais de 1000 oportunidades de carreira é um dos desafios que a Escola enfrenta. Com isto, acredita ser “necessário recrutar mais alunos do secundário” para o ensino superior, a fim de a lacuna ser preenchida.
João Monteiro fez ainda referência aos cerca de 200 projetos de investigação realizados em 2018 pela Universidade, apontando que a “ligação às empresas faz parte da génese da Universidade do Minho”. Sendo estes a grande fonte de “sustentabilidade da UM”, defende que iniciativas como esta devem receber mais apoios financeiros do Estado.
O reitor Rui Vieira de Castro opinou dizendo que “o que parece ser desafiante é a busca duma solução inovadora e não duma preguiçosa”. Esta solução para a qualidade de formação dos estudantes “exige uma ponderação muito estreita”, de modo a poder organizar projetos de investigação na escola, mas também uma maior atenção à transformação do mercado de trabalho. “É difícil gerir uma universidade como esta com o Orçamento do Estado”, referiu. No entanto, acredita que o cenário não é tão negativo como parece, não esquecendo a ideia de que “está longe o cenário de estabilidade”.
Reconheceu ainda que “os desafios da Escola de Engenharia são os desafios da Universidade”, e, dado isto, admitiu que a EEUM é “uma Escola de absoluta relevância” por contribuir em força para o crescimento da Universidade.
O presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, disse que são criadas “condições atrativas para o desenvolvimento da Universidade”, tal como a atração de mais empresas e variados planos de investimento na cidade. Sobre o mesmo tema, o vereador da Câmara Municipal de Braga, Miguel Pereira, afirmou que a “interação Universidade – autarquia existe quotidianamente” e a vários níveis, sendo algo constante e “quase monitorizado”.
Sven Ost, da Bosch Car, tendo já colaborado com a Universidade do Minho, acredita que tanto a instituição como a cidade estão prontas para futuras colaborações com a empresa, elogiando a forma como “a aplicação no mundo real é muito bem feita”. Jorge Batista, da Primavera BSS, defende que as universidades são as principais responsáveis pela boa formação dos estudantes. No entanto, não deixa de salientar que “a Universidade prepara bem as pessoas”, mas assim que se encontram no mercado de trabalho, “há um espaço de desenvolvimento”.
A sessão contou ainda com o depoimento do bastonário da Ordem dos Engenheiros, que não concorda com a forma como o modelo de Bolonha foi implantado em Portugal. No que concerne à Ordem, Carlos Aires diz que uma formação de cinco anos é o necessário para obter as competências profissionais e técnicas e exercer a profissão. Alertou que os estudantes não devem ficar pelo Mestrado Integrado, pois a “polivalência do engenheiro” é um fator fundamental que permite a autossuperação.