Esta peça valeu a Tiago Correia, escritor e encenador, o Grande Prémio De Teatro da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).
“Pela Água” foi a peça de teatro apresentada, na passada sexta-feira, no Theatro Circo. Entre os desencontros amorosos e a exploração da vida, a sala principal encheu-se para ouvir os relatos de dois homens que partilhavam a mesma mulher. Eduardo Breda e João Melo foram os protagonistas.
Em palco, um sofá fazia-se acompanhar de uma tela branca. Num ambiente escuro, dois homens conheceram-se após a mulher de quem gostavam ter morrido vítima de suicídio. De um lado, falava o marido, mais velho e com quem a mulher partilhava casa. Do outro lado, falava um jovem, ex-aluno de faculdade da mesma mulher com quem ela manteve um caso amoroso durante vários anos. Foi a primeira vez que se encontraram após o suicídio.
O palco foi dividido por mais de uma hora pelos dois atores, que protagonizaram um desencontro entre a vida num momento reflexivo. O encontro entre ambos questionou a importância da idade na vida e no amor, as hierarquias sociais e confidências privadas sobre uma mulher que nem estava presente, as relações humanas e o problema da superação.
O diálogo foi desencadeado através do confronto de confissões pessoais. Numa interpretação intimista, a tela branca atrás dos atores ia mostrando os seus movimentos em sombras coloridas enquanto relatavam histórias sobre a mulher que partilhavam.
A realização ficou a cargo da companhia “A TURMA”, criada em 2008 pelo autor e encenador desta peça, Tiago Correia. “Pela Água” nasceu em 2017 e já tem o livro da obra publicado.