Capitão Marvel: desta vez no feminino

No mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, chega também ao cinema o novo filme do universo cinematográfico Marvel. Pela primeira vez, coloca nos ecrãs uma mulher como personagem principal.

O filme conta a história de Carol, que vê a sua vida mudar e passa de uma comum habitante da Terra para uma cidadã de outro planeta, com uma nova identidade e sem nenhuma memória do que terá acontecido antes. Por esta razão, pensa ser Vers, habitante do planeta Kree, sem desconfiar ou questionar a vida que leva.

Carol é introduzida no ecrã com uma cena de luta com Yon-Rogg, um comandante militar que faz parte da raça alienígena Kree. Yon-Rogg pede repetidamente a Carol para controlar os seus poderes que, percebemos, depois de poucos minutos do início do filme, serem impressionantes.

A narrativa toma um novo rumo, quando Carol e a sua equipa são enviados para combater outro povo, inimigo dos Kree e com a capacidade de se transformar em qualquer pessoa. Nesta batalha, Carol acaba por ser capturada por esse povo inimigo, mas foge pouco tempo depois e chega ao planeta C53, por nós conhecido como planeta Terra, onde a verdadeira aventura tem início.

Durante a sua luta na Terra contra o inimigo, Carol conhece novas pessoas e recupera parte da memória. Imagens da sua vida passada chegam em flashs e começa a perceber que há muito do seu passado que ainda não sabe.

Tomamos conhecimento dos factos ao mesmo tempo que a personagem principal, já que a narrativa acontece no presente. Isto pode tornar-se confuso no início, mas, à medida que as revelações são feitas, as coisas começam a fazer sentido e também o público conhece melhor Carol e a sua história.

No filme, podemos destacar as personagens e o esforço que parece ter havido, por parte do realizador e argumentista, para as tornar completas. Foram dadas, à maioria delas, histórias de vida poderosas e transformações surpreendentes.

Mas, ainda assim, o destaque vai sobretudo para a personagem principal, capitã Marvel, a quem parece ter sido dada especial atenção. Tentou transmitir-se para o ecrã toda a força e garra de Carol, uma das mais poderosas, senão a mais poderosa, super-heroína, que teve ao seu lado Nick Fury, uma outra personagem que sobressaiu pelo seu lado divertido e humano.

O filme em si não foge muito de outros filmes do universo Marvel. Continua a ser repleto de ação e aventura, ainda que emocional e intimista. O que talvez pode distinguir este de outros filmes da mesma natureza é a presença de uma heroína e não de um herói, brilhantemente interpretada por Brie Larson, que nos mostra o lado sensível e ao mesmo tempo poderoso de uma mulher.

No geral, o filme não deixa de ser bastante bom, ainda que muito da sua chegada aos ecrãs, neste momento, tenha a ver com o próximo lançamento da Marvel, “Avengers: Endgame”, e com a vontade de trazer finalmente para os ecrãs uma heroína, que por coincidência ou não acontece no mês em que se celebram as mulheres. Por tudo isto, o meu conselho é que se juntem amigos e família para verem o novo filme da Marvel, com as emoções habituais e umas tantas surpresas.