O projeto "Palcos Instáveis" trouxe, na passada sexta-feira, mais uma peça a palcos bracarenses. Há três anos em cena, foi a primeira vez que “Chubby Bunny” foi encenado no Theatro Circo.

As portas abriram ao público e no palco já se encontravam as duas protagonistas da peça em estreia, no Theatro Circo, “Chubby Bunny”. As luzes incidiam nos seus corpos, em posição neutra e destacava-se nos seus rostos o simulacro de dois sorrisos forçados.

Durante uns minutos, tudo foi silêncio e uma tensão encheu a sala, até começar a ser repetida a palavra mote a todo o espetáculo: “neutro”.  Com o avançar do tempo, a tensão foi aumentando.

Uma peça sobre a resistência e a persistência ao cansaço e à dor. Uma obra feita de repetições, numa sequência de movimentos, numa dança e variados jogos entre os dois corpos. Um exercício de repetição que abre espaço à falha, que acumula erros e transforma os movimentos com o avançar do tempo e com o cansaço.

“Chubby Bunny” terminou, no limite, com blackout, no limiar da respiração e da energia que foi sugada pela cena ao público. Houve ainda tempo para uma conversa intimista com as atrizes e a produtora sobre aquilo que é a peça e sobre todo o projeto que é o “Palcos Instáveis”.

Durante a conversa, várias interpretações ao ensaio surgiram do público, às quais as atrizes responderam serem todas válidas, uma vez que a peça é de “premissa simples, aberta a qualquer interpretação”.