Uma conversa informal sobre os desafios de comunicar ciência e a divulgação de fake news, na Fnac do Braga Parque.
A sessão “Do laboratório para o mundo: Porque é importante comunicar ciência?” teve lugar na Fnac do Braga Parque esta sexta-feira. O evento contou com a presença dos convidados Daniel Ribeiro, comunicador de ciência, e Elsa Moura, diretora de informação da Rádio Universitária do Minho (RUM).
A iniciativa partiu de três alunos de doutoramento da Escola de Psicologia da Universidade do Minho. Alberto Lema, Marlene Nogueira e Pedro Mendes criaram a AMP sessions, com o mote “trocar a ciência por miúdos”, tendo o objetivo de desafiar os investigadores das diversas áreas a desconstruir a linguagem científica.
Durante a sessão, foram colocadas várias questões aos convidados relacionadas com a comunicação da ciência em Portugal, o papel do cientista na comunicação de ciência e os principais desafios tendo em conta o output.
Para Elsa Moura, “comunicar ciência não é fácil do ponto de vista jornalístico”. A jornalista afirmou que são várias as dificuldades enfrentadas, mas que o cenário tem vindo a mudar. “A comunicação que se vai fazendo tem sido positiva”, disse.
Nas palavras de Daniel Ribeiro, a comunicação de ciência nos media tem sido crescente. Apesar de haver muitos jornalistas em Portugal, o comunicador de ciência afirma que “há poucos jornalistas” que escrevem sobre esta área, acrescentado que “não há a possibilidade de haver um jornalista dedicado à ciência”.
Sobre o papel do cientista na comunicação de ciência, Elsa Moura defende que “deve ser o investigador a fazer a comunicação com o jornalista”. A diretora de informação da RUM explica: “Temos alguns casos de investigações mais complicados e de maior relevância, em que um jovem fez uma investigação e quem vai falar com o jornalista é o seu orientador. O professor não é a figura central da investigação. Nesse aspeto, ainda há um longo caminho a percorrer”.
Nesta matéria, Daniel Ribeiro concorda que os investigadores deveriam ter um papel ativo na comunicação das suas investigações. “Muitos deles não tomam essa iniciativa. Por um lado, não têm que dar entrevistas, mas, por outro, podem arranjar outras maneiras, como escrever livros ou participar em eventos”, afirmou.
A sessão terminou com o jogo Kahoot.it, com o objetivo de ensinar o público a reconhecer as fake news científicas.