Com melodias fortes e emocionais, o compositor islandês de 32 anos captou a atenção do público no Theatro Circo, no domingo passado.
A sala principal do Theatro Circo, incluindo os 3 balcões, estavam cheios quando Ólafur Arnalds começou a tocar piano no centro do palco. Eram quase dez da noite quando uma penumbra de fumo preencheu a sala com os primeiros acordes de “This Place Was A Shelter”, do álbum “For Now I Am Winter”. Do nublado, romperam fechos de luzes com as batidas eletrónicas. “É ótimo estar aqui, nesta cidade linda e neste teatro maravilhoso”, disse-o em inglês, admirando os ornamentos do salão.
Não obstante, foi com o novo álbum “re:member” que o concerto atingiu o apogeu ao som de “Unfold”, “re:member” e “Inconsist”. Segundo o artista, o álbum ganhou vida no Sudoeste Asiático, nomeadamente na Indonésia, viagem onde restaurou o equilíbrio há meses perdido no seu estúdio “escuro e sem janelas”. “Percebi que o problema era meu”, acrescentou. Aproveitando esta deixa, salientou ainda que é sempre bom nos desligarmos de tudo e sentir o silêncio uma vez por outra, algo que a Islândia incita a fazer durante o Ano Novo, “é um ato de silêncio tecnológico”. Recetivo com as palavras, o público não deixou de o aclamar com palmas e assobios.
Pedindo uma última música de pé, os bracarenses tiveram a sorte de ouvir uma peça em homenagem à avó do músico, escrita no dia em que a familiar faleceu.