Dois anos depois, Halloween regressou à cidade de Braga para atuar no local que o tinha recebido pela última vez.

Coberto por um capuz preto e iluminado por luzes néon, Allen Halloween subiu este sábado ao palco do Lustre e deu a conhecer ao vivo e a cores a revolta e a transparência que traz em tudo o que canta. Num concerto previsto para as 23h30, precedido pelo DJ Keso e uma forte saudação de boas-vindas, o artista foi imediatamente aplaudido pelo público bracarense mal pisou o palco.

Estreou-se com o tema “Drunfos”, no qual a plateia cantou com a mesma força que Halloween, em uníssono, mas foi com “Zé Maluco”, que conta já com mais de 1 milhão de visualizações no YouTube, que a sala se rendeu à essência do rapper.

Allen Halloween elevou as expectativas para temas irrefutavelmente admirados pelo público: “pode ser que tenhamos aí um ‘Bandido Velho’, ‘Na Porta do Bar’”. O público respondeu com garra e euforia, mas o rapper decidiu manter suspense e fazer a plateia esperar, apresentando primeiro “Mary Bu” e “Reportagem”.

Aquando da música “Bandido Velho”, a favorita do público, a atmosfera do Lustre – local onde o artista regressou passados dois anos – transformou-se por completo: à iluminação néon juntaram-se os flashes dos fãs que quiseram guardar o momento, e à voz de Halloween uniram-se as vozes de todos os que o olham com respeito e admiração.

Desde os adolescentes aos mais graúdos, o rapper e produtor de Odivelas não deixou ninguém indiferente. Anunciada como som de guerra, a música “Killa Me” também se fez ouvir na noite de sábado. O ambiente refletia-se nas paredes repletas de espelhos, que acolheram um marco do hip-hop português, insubmisso a modas e autor de quatro álbuns no decorrer de mais de uma década.

Foi o seu mais recente projeto que o trouxe a terras minhotas: “Unplugueto”, um álbum em registo cru e puro, acompanhado pela guitarra semiacústica de Cyrillo, onde reinterpreta não só material inédito, como também temas antigos. Convicto e frontal, é neste disco que contempla os seus princípios bem assentes acerca do rap. Para Halloween, também conhecido por Original Kapa ou Bruxa, o rap deve ser verdadeiro e sem enfeites, pois a beleza e o flow residem no ritmo e nas respirações, no âmago da pureza da voz.

O fundador dos Youth Kriminals, também conhecido como Maradox Primeiro enquanto produtor, não se mostrou indiferente ao calor do público de Braga, que o recebeu com tanto entusiasmo, deixando a noite marcada por um sentimento mútuo de satisfação e euforia.