Os filhos das maiores famílias criminosas do mundo são treinados a tornarem-se assassinos na escola King’s Dominion, nos anos 80. Ação. Crime. Suspense. Drama. Perverso. Obscuro. Paixões. Lutas. Cinematografia (de outro mundo). Isto é Deadly Class.

A história foca-se num rapaz órfão e sem abrigo, Marcus Lopez, que foi recrutado para entrar na King’s Dominion. Nesta escola as disciplinas são um bocadinho diferentes. Combate mão-a-mão, artes de combate atípicas, laboratório de veneno, fundamentos da psicopatia e artes marciais são algumas das aulas destes jovens futuros assassinos. Enquanto vive os dilemas típicos de um adolescente, Marcus tenta encontrar o seu lugar dentro da hierarquia da escola e é forçado a encarar o seu passado.

deadly class, crítica série

Como em todos os colégios que se prezem existem diferentes grupos: os filhos de líderes de cartéis de droga – os “Soto Vatos”; de agentes da CIA e FBI – os “Preps”; neonazistas, neo-confederados e nacionalistas brancos – “Dixie Mob”; de gangs de rua de Los Angeles – os “Final World Order”; da máfia Yakuza – “Kuroki Syndicate”; e, por fim, os “Rats” – aqueles que, como Marcus, não pertencem a nenhum grupo.

A série ganha logo pontos pela singularidade do tema. Não há muitas séries sobre uma escola de assassinos! A história é muito mais do que ensinar jovens a tornarem-se criminosos. Aborda problemas juvenis, familiares e até doenças psiquiátricas como a bipolaridade.

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A cinematografia é um dos melhores aspetos da série. O uso de ângulos diferentes dá ritmo à narrativa. Os efeitos visuais conseguidos são impressionantes e o melhor exemplo disso é o episódio 5 – “Saudade”. Nesse episódio, Marcus e os amigos fazem uma viagem até Las Vegas numa missão assassina. Durante o caminho Marcus acaba por tomar uma quantidade excessiva de LSD. As alucinações de Marcus são-nos transmitidas pelos efeitos visuais com cores vibrantes e deformações de objetos e pessoas, transpondo-nos para a mente da personagem.

Deadly Class é baseada na banda desenhada com o mesmo nome, criada por Rick Remender e Wesley Craig. Quando são feitas analépses, por exemplo sobre a infância de Marcus, as imagens que nos são apresentadas são ilustrações em estilo de banda desenhada. Isto dá um ritmo diferente à história, tornando-a também muito mais criativa.

deadly class, crítica série

Benjamin Wadsworth, que interpreta a personagem Marcus, foi uma surpresa bem agradável. O jovem ator consegue vestir os sentimentos, emoções e características da personagem com uma força estrondosa, sem nunca perder a subtileza, tornando-a muito atrativa e sempre real. É de realçar igualmente a representação das atrizes Lana Condor e María Gabriela de Faría, que dão vida às personagens Saya e Maria, respetivamente. As personagens são autênticas guerreiras, que emanam poder e nos transmitem força feminina. Esta série também conta com a participação de Benedict Wong, que interpreta Master Lin, o implacável, mas ao mesmo tempo protetor líder da King’s Dominion.

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Os Irmãos Russo, produtores de filmes como Capitão América: O Soldado do Inverno, Capitão América: Guerra Civil e Vingadores: Guerra do Infinito, fazem também parte de Deadly Class como produtores executivos. Eles trazem a ação, o humor e os visuais característicos irrepreensíveis para a série americana.

Deadly Class faz-nos querer sempre mais. Um episódio após o outro. Transmite-nos energia através das lutas efervescentes, do soundtrack dos anos 80, das representações ferozes, da dose certa de humor negro e do ambiente obscuro e misterioso.

A série foi desenvolvida por Rick Remender, um dos autores da banda desenhada, e Miles Orion Feldsott. É emitida pela SyFy, tendo apenas 1 temporada com 10 episódios e ainda não há confirmação de que vai ser renovada.