A Walt Disney lançou as cartas para 2019 com vários remakes de filmes de animação. Dumbo foi o primeiro do ano, que chegou aos cinemas portugueses a 28 de Março e não tardou a encantar as plateias com a magia típica da Disney.
Todos conhecem a história do elefante disforme: com orelhas tão grandes que até consegue voar. Desta vez, Tim Burton elevou a história de crianças a outro nível.
Na primeira cena do filme apenas se vê o comboio do circo Medici. É uma cena muito bem conseguida e, sem dúvida, extremamente bem pensada para a abertura, porque acaba por ser também uma forma de apresentar as várias personagens.
Holt Farrier (Colin Farrell) é uma das figuras principais, um herói de guerra que regressa a casa e vê a sua vida virada às avessas. O circo onde trabalhava está em crise, os filhos muito afetados com a perda da mãe e o seu número eliminado do espetáculo: Holt fazia um número com cavalos, no entanto, Medici (Danny DeVito) vendeu-os para pagar algumas dívidas.
Sem outro sítio onde ficar e sem trabalho, ele acaba por ficar responsável por um recém-chegado elefante bebé. Desde o princípio este trabalho só lhe causou problemas, pois o elefante era considerado a aberração do sítio e o seu colega de trabalho também não era melhor.
É claro que isto é um aquecimento simples para o que ainda aí vem. A verdadeira maravilha do filme começa quando as crianças, Joe (Finley Hobbins) e Milly (Nico Parker), descobrem que o bebé elefante consegue, na verdade, usar as suas grandes orelhas para voar. Este acontecimento inesperado vai rapidamente causar furor e acabar com as dívidas de Medici.
Quanto ao elenco, penso que Danny DeVito foi a grande jóia do filme: conseguiu desempenhar o seu papel de forma excecional desde o primeiro momento até ao final. Com isto não pretendo retirar o mérito também aos fantásticos Colin Farrell, Eva Green (Colette), Michael Keaton (Vandemere), Sharon Rooney (Miss Atlantis), Finley Hobbins e Nico Parker, se bem que, na minha opinião, Farrell não esteve no seu máximo neste filme.
Um ponto que considero bastante negativo e que é sempre um risco em todos os remakes são os cenários. Em Dumbo estes últimos não foram, de todo, os melhores. Estavam bem pensados e criados, isso é ponto assente. No entanto, era demasiado evidente a presença de cenários artificiais. O filme, que deveria ser o mais realista possível para aumentar a magia típica da Disney, acaba por tornar-se também ele artificial e falso, o que prejudica muito a sua qualidade e organicidade.
A trilha sonora do filme é sem dúvida o que consegue elevar ainda mais a magia, com momentos de grande suspense e momentos fascinantes. O êxito “Baby of mine” que é a imagem de marca de Dumbo apareceu nas melhores circunstâncias e de forma fabulosa, de cortar a respiração.
Com pontos positivos e negativos, o remake de Dumbo não perde a essência típica de um filme da Disney e consegue cativar o público de todas as idades. Com a doçura triste e a magia que são a marca óbvia do realizador é, com certeza, um filme não só para ver, é um filme para sonhar. E este é apenas o primeiro remake Disney do ano. A não perder.