Em Portugal as eleições europeias ocorrem a 26 de maio. O evento foi organizado pela TSF, pelo CECS e pela AAUM.
Brexit, vistos golds e igualdade de género foram alguns dos temas que marcaram o debate “A hora da Europa”. A conversa moderada por Ricardo Alexandre, diretor adjunto da TSF, juntou seis eurodeputados e candidatos ao Parlamento Europeu (PE), esta segunda-feira, no auditório B1, Campus de Gualtar.
O evento organizado pela TSF, pelo Centro de Estudos Comunicação e Sociedade e pela Associação Académica da Universidade do Minho foi composto por Margarida Marques (PS), José Manuel Fernandes (PSD), João Pimenta Lopes (PCP), Nuno Melo (CDS), Marisa Matias (BE) e António Marinho e Pinto (PDR). Os candidatos debateram temas da política europeia, não deixando de parte a política nacional.
Brexit
A menos de dois meses das eleições europeias o futuro do Reino Unido ainda não é certo. O Brexit foi tema de discussão. Para os dois eurodeputados mais à esquerda não há dúvida que o fundamental é respeitar a vontade do povo do Reino Unido. Marisa Matias sublinha que a vida das pessoas é o que está em causa e “uma saída sem acordo não pode ser benéfica de maneira nenhuma”. E se para José Manuel Fernandes no Brexit o “Reino Unido até perde mais, mas ninguém lucra com isto”, o eurodeputado do PCP defendeu que há um “grande esforço para duas coisas: afirmar esta ideia de que não há alternativa à UE e que tudo se fará para se promover um caminho que no fim leve a que aquilo que foi expresso democraticamente não se venha a consumar”.
A candidata ao PE pelo PS, Margarida Marques, destacou que “o Reino Unido foi um país que esteve sempre na União Europeia com um pé dentro e outro fora e o que o Reino Unido quer hoje é estar fora com um pé dentro”. A antiga secretária de estado para os assuntos europeus sublinhou que nem todos os jovens britânicos votaram no referendo que ditou o futuro do Reino Unido. E é com essa ideia que Nuno Melo acredita que se “deu uma alteração de circunstâncias que justificará que o povo se pronuncie outra vez”.
Prioridades
Cada representante apresentou as suas prioridades. O combate à desigualdade de género, à fraude fiscal, ao centralismo, à extrema direita e a defesa da democracia e dos interesses dos trabalhadores portugueses foram algumas das prioridades apontadas pelos candidatos à UE.
O popular democrata apontou como umas das prioridades a desigualdade salarial. “Para mim é intolerável o meu filho ganhar mais que a minha filha só por ser rapaz”. A bloquista repostou que espera “não ser a única mulher cabeça de lista quando realmente houver igualdade de género”. Marisa Matias esclareceu que o BE tinha como uma das prioridades o combate às alterações climáticas, afirmando que os jovens já reforçaram: “não temos mais tempo”.
Margarida Marques apontou a “defesa da democracia da Europa”, defendendo que o euro devia ser um elemento de convergência. A candidata a eurodeputada salienta que o digital é uma forma de crescimento económico que pode beneficiar “a investigação e um quadro financeiro plurianual”. Pimenta Lopes decretou como prioridade os interesses dos trabalhadores e a “progressão e reivindicação de direitos”.
José Manuel Fernandes realçou a importância de “combater o centralismo”, a título de exemplo destacou a Universidade do Minho como um bom exemplo daquilo que não acontece apenas em Lisboa ou no Porto.
O resultado ideal
Para Marisa Matias “um bom resultado é reforçar a representação naquilo que é um contributo para melhorar a vida das pessoas no que é essencial”. Já para o representante do PDR é urgente “criar uma dinâmica de renascimento europeu. Contudo, Nuno Melo alega que “um bom resultado será igualar o resultado de 2009, ou seja, eleger dois eurodeputados”, relembrando que “o CDS é a única escolha possível para quem é de direita em Portugal”.
João Pimenta Lopes não deixa de parte as eleições nacionais e na sua perspetiva é “necessário o reforço da CDU não só no Parlamento Europeu, mas mais à frente nas eleições para a Assembleia da República no dia 6 de outubro”.
Margarida Marques acredita que um bom resultado está num “pilar de esquerda, centro-esquerda, trabalhista, progressista, social-democrata que consiga mudar a Europa, que esteja mais perto dos cidadãos”. No entanto, José Manuel Fernandes defende que o bom resultado passa por ter “deputados influentes no Parlamento Europeu como é o caso do Paulo Rangel”.
As eleições europeias decorrem entre 23 e 26 de maio, sendo em Portugal dia 26.