O terceiro Empower UMinho, promovido pela YME, comparou o marketing tradicional ao marketing digital.

As redes sociais, os algoritmos e os influencers foram alguns dos temas da conversa “Marketing nos dias de hoje”, inserida no primeiro dia do Empower, organizado pela Young Minho Enterprise. O painel reuniu, esta terça-feira, Catarina Pestana, da Bang Bang e responsável pelo marketing da Control, José Fernandes, criador da Bloom Idea, e Rui Cunha, growth hacker num debate sobre o marketing no digital.

Diogo Rodrigues/ComUM

Catarina Pestana foi rápida a perguntar onde está o poder no marketing digital. “O consumidor é quem manda. Mas será que é realmente?.” A responsável pelas redes socias da Control questionou o poder do consumidor e das empresas que operam “puras e duras” no digital. Apesar de ser da opinião que o marketing digital é muito mais democrático, a marketeer não deixou de lado o poder que as grandes empresas de redes sociais têm no mundo da comunicação de marcas. “Se o Facebook ou Instagram fecharem as páginas, para onde vai a marca?”

À conversa de quem manda juntaram-se, mais tarde, os algoritmos. “Eu estou grávida e só vejo roupa de bebé. Quem é que escolhe o que vejo?”, comentou Catarina Pestana. A imprevisibilidade dos algoritmos e a inteligência artificial aplicada a redes sociais constitui tanto uma grande vantagem como um grande problema não só para a publicidade como para a sociedade. “Eu vejo muita iliteracia ainda nos gestores, eles não se preocupam em se atualizar nesta nova realidade”, comentou Rui Cunha. O growth hacker comentou que as empresas esperam que os marketeers resolvam todos os problemas, mas apesar de as ferramentas digitais serem uma mais valia, não se pode “exigir que sejam os salvadores do negócio”. José Fernandes acrescentou, ainda, que muitas empresas esperam ter conteúdos virais, mas a imprevisibilidade do digital torna impossível antecipá-los.

Os três intervenientes concordam que o marketing no digital veio criar um paradigma na comunicação das empresas, tanto para o bem como para o mal.  Ainda assim, Catarina Pestana admitiu que é impossível falar de marketing digital sem falar de marketing tradicional. José Fernandes acrescentou que, no que toca à revolução, o marketing digital pegou no marketing tradicional e amplificou-o e acelerou-o. Já Rui Cunha exemplificou com o caso da Prozis que em pouco anos e através de um marketing focado nas redes sociais conseguiu geral 100 milhões de euros. Algo que, segundo Cunha, há 20 anos seria impossível.

José Fernandes afirmou que a paixão por uma marca é o principal fator do marketing. “Normalmente os jovens são muito mais apaixonados”. Mesmo numa era digital o “word of mouth” ainda é um fator muito importante para a comunicação de uma marca. Para o profissional da comunicação, as mulheres, os “brand advocates” e os jovens são os principais decisores de uma empresa, pois têm “uma maior paixão pelos produtos e pela marca”. Reconheceu ainda o papel reivindicativo na nova geração, que sai à rua e “luta por direitos mais iguais”. “Na minha geração não fazíamos nada disto”.

Os influencers foi outro dos temas debatido na tarde de Empower. Rui Cunha admite que hoje “têm mais importância e poder do que os jornais”. O growth haker acredita que para as empresas trabalharem com influenciadores é necessário terem os valores e missão bem-definidos. “É preciso ter algum cuidado e um controle, porque um influenciador para além de prejudicar os consumidores, pode prejudicar uma marca”. Por outro lado, José Fernandes opina que influenciadores sempre existiram e o maior influencer de uma empresa é o CEO e a própria história da marca.

O Empower UMinho 3.0 termina esta quarta-feira com exposições de empresas e speed interviews.