A cerca de um mês das eleições europeias, o Centro de Estudos do Curso de Relações Internacionais e a Associação de Estudantes de Direito da UMinho organizaram a conferência “O Parlamento Europeu e Eu”.
A importância da União Europeia, na imagem de um parlamento transnacional, e os desafios que suporta, atualmente, com a proliferação das notícias falsas e o aumento das manifestações de extrema-direita foi o mote para o debate “O Parlamento Europeu e Eu”. A conferência ocorreu esta quarta-feira, no campus de Gualtar da Universidade do Minho. A conversa deu-se entre os professores da academia minhota, Alessandra Silveira e José Palmeira e, o diretor do Gabinete do Parlamento Europeu em Portugal, Pedro Valente. A moderação ficou a cargo da professora Ana Paula Brandão, que assumiu as reflexões inicial e final, apelou sobretudo a um voto consciente, no próximo dia 26 de maio.
Sublinhando a abstenção, não só nas faixas mais jovens, mas na população eleitoral, em geral, como um obstáculo à liberdade democrática, Pedro Valente admitiu que o desencanto e o comodismo são questões plausíveis, contudo “nestas eleições, a abstenção pode ser dolorosa” rematou. Atento ao euroceticismo, que diz ser uma das vias para a “subida da extrema-direita”, referindo, ainda, que “a força do melhor argumento desapareceu da internet” para dar lugar ao populismo disfarçado pela “disseminação da desinformação” como acrescentou Alessandra Silveira.
Alessandra Silveira alertou para o poder das notícias falsas espalhadas com o uso da inteligência artificial. Neste sentido, relembrou também a recomendação lançada no mês passado, que defende a autorregulação da informação, transmitida pelo órgão europeu – “recorre-se à tecnologia para combater a tecnologia” explicou.
Entre memórias, onde ultrapassar a fronteira para o lado espanhol sujeitava o cidadão a uma revista integral, Valente defendeu que a força da União Europeia “não são os mais de 500 milhões de cidadãos”, mas a cooperação entre 27 estados-membros. Para o diretor da licenciatura em Relações Internacionais, José Palmeira, a força da coligação prende-se à paz como “o principal adquirido do trabalho europeu” acrescentou.
A conferência terminou uma reflexão de Ana Paula Brandão, professora da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, onde sublinhou o dever cívico de exercer o voto, mas também o direito, aludindo ao 25 de Abril de 1974 como um dia a ser festejada não só a liberdade, mas também a consciência – “na era digital, não basta celebrar a nossa liberdade”, rematou.