Chassol encheu o Theatro Circo, na sexta-feira passada, com sonoridades do seu novo álbum, “Big Sun”.
Com as luzes projetadas sobre a plateia, Chassol abriu o espetáculo revelando ao público que iria ouvir o álbum “Big Sun”, um trabalho que resultou de filmagens feitas em Martinique, uma pequena ilha no Caribe. Segundo o mesmo, foi filmada durante o Carnaval de 2014, onde gravaram a natureza, a linguagem e os músicos locais. O nome da peça não foi escolhido ao acaso “porque tudo dependeu do sol”, salientou.
Foi assim que ao som de “The Big Sun Introïde” e “Birds” o compositor francês tomou o centro do palco com um órgão e um piano, juntamente com o baterista Mathieu Edward. Mas não estavam sós. Por detrás, foram acompanhados com as projeções e sonoridades da viagem, destacando-se a sincronia dos variados sons, ao que o artista apelidou no mundo da música de ultrascore. O ultrascore trata-se de uma técnica desenvolvida pelo mesmo, cujas narrações, músicas e sons de um determinado local, servem de base para as suas composições.
Quer detalhes, quer lugares, quer maneiras de agir e de falar, emergiram assim na tela do Theatro Circo com arranjos em loop e/ ou ritmados, não faltando um pouco de humor. Refira-se a título de exemplo a música “Madame Etienne Lise” cuja protagonista de 85 anos, que deu voz para acompanhar o som do piano do artista, explicou em tom de brincadeira que adora dançar, não precisando de cocaína que lhe dê força para tal.
Para além do mercado local, o fluxo de imagens passou também por um café, onde se jogava dominós, daí a música “Dominos”, seguindo-se um cemitério que deu lugar à faixa “Mario”, pela paisagem verdejante com a “La Route de la Trace” e, claro, pelo Carnaval, que dominou o cenário com cores e sons vibrantes a partir das faixas “Carnaval”, “Ape Kids” e “Reich & Darwin”.
No final, e para rematar o álbum e filme sonoro “Big Sun”, o artista tocou “Genérique”, passando na imagem os créditos da equipa envolvida no projeto, concluindo com um beija-flor com a legenda “pour coco”. Com efeito, foi com “Ultima Odissi”, do álbum “Indiamore”, que Christophe Chassol deu por terminado o concerto, agradecendo com vários merci’s.