A história repete-se, uma e outra vez, e o esquecimento que a acompanha leva-nos a um estado de dormência permanente, em que o erro se torna no novo e repisado impulso à mudança. Uma e outra vez, as lutas efémeras vão acontecendo, até que a metamorfose iminente, pela qual o mundo chama tantas vezes, se torna urgente.

As novas gerações percebem e exigem, mais do que as mais velhas, as condições do futuro. Pertence-lhes esta vontade de renovação e de protesto, que apela à consciência dos outros. Pertence-lhes o futuro. Mesmo sendo os designados alvos de constantes críticas, são os jovens que mais sentem o peso da responsabilidade da salvaguarda do que temos ou do que ainda precisa de ser construído. São dilemas que não são de agora; as décadas passadas também os enfrentaram.

É fulcral a legitimação do trabalho desenvolvido por tantas associações espalhadas pelo mundo, que depositam as suas forças na confiança de um futuro mais brilhante do que o dia de hoje. O importante papel das juventudes partidárias, pelo apelo à consciência política dos mais novos, não deve ser desvalorizado, nem tão pouco o das centenas de iniciativas de solidariedade e de toda a espécie de associativismos e start-ups existentes.

A igualdade de género e a valorização de todas as pessoas, livres de qualquer julgamento às suas orientações sexuais, cor de pele ou estatutos socioeconómicos, são matérias que importam. Pela luta aos extremismos que adoecem o diálogo saudável e pela procura constante da sustentabilidade ambiental, estimemos o espírito crítico consciente das demandas que se vão atropelando, em maior escala, a cada dia que passa.

O protesto climático, no passado mês de março, que se estendeu um pouco por todo o mundo, serve de exemplo da vontade que os nossos jovens têm em contestar os erros do passado e as falácias dos modelos industriais. Ao longo do caminho, temos de ir emendando os erros inerentes à nossa condição humana, para que os nossos filhos também possam atirar a suas primeiras pedras.

Confrontamo-nos com questões políticas, económicas, culturais e ambientais que incomodam e que desafiam a nossa criatividade. Reinventemo-nos a cada geração, com a vontade de contribuirmos para a mudança de que mais tarde se falará. Tentemos dissipar aos poucos a cega neblina que teima em suster as barreiras impostas pelo pessimismo do amanhã.