Os artistas estiveram à conversa com o ComUM na noite de estreia da nova casa do Enterro da Gata.

primeiro dia de Enterro da Gata dançou ao ritmo de Richie Campbell e gritou as letras do rapper Plutónio com paixão e sem inibição. A estrear o novo palco, pela primeira vez no Forum Braga, os artistas transportaram a juventude para uma noite memorável de curtição e espontaneidade.

Em conversa descontraída com o ComUM, Plutónio e Richie Campbell trocaram opiniões sobre o evento e expressaram algumas considerações acerca do seu repertório musical. 

 

ComUM: Qual é a sensação de voltar ao Enterro, mas desta vez, a solo? 

Plutónio: Descrever uma sensação que é tão grande como aquela que senti ali é muito difícil. Resta-me dizer que foi uma honra, foi um grande prazer. Quando vim aqui com o Richie, nunca pensei que voltaria tão cedo sozinho, a solo e tocar para tanto público e saber que o pessoal sabe as tuas músicas é a sensação mais gratificante que se pode ter. 

ComUM: Do repertório que trouxeram, qual a música que põe o público todo maluco, aquela que vos dá mais gozo tocar? 

Plutónio: É óbvio que o “Cafeína” é a minha música que teve maior expansão, mas a música que eu menos esperava que fosse ter uma dimensão destas e que, por isso, me dá mais prazer tocar é o “Meu Deus”, sem dúvida. 

Richie Campbell: É difícil, eu acho que varia um bocado de concerto para concerto, porque às vezes és surpreendido pela reação do público que não estás à espera. Nós tocamos as músicas muitas vezes e às vezes já depende da reação do público se gostamos ou não. Hoje por exemplo, gostei de tocar o “Blame It On Me”. Estamos um bocado a fazer uma pesquisa interna para ver se vale a pena tocar a música ou não e cada concerto que nós damos, as pessoas continuam a cantar uma música que já tem quase dez anos. Estar a tocar uma música de 2008 e tocar, logo a seguir, uma de 2016 e a reação ser a mesma é um sinal que as pessoas continuam a gostar da música que eu faço e dá-me mais vontade de fazer mais ainda. 

ComUM: Como é para ti voltar ao Enterro da Gata? 

Richie Campbell: Eu sou muito sincero, eu não gosto muito de repetir concerto em anos seguidos porque eu sinto que as pessoas querem ouvir coisas diferentes e os artistas também têm o direito de vir tocar aqui. Aliás, quando fecharam o concerto foi uma das coisas que eu disse na agência e eles disseram-me que foi um dos nomes que foi mais pedido para vir cá. Por isso lá está, é uma daquelas coisas que é bué gratificante saber que tiveste cá um ano e as pessoas gostaram tanto que voltas no ano a seguir até. Honestamente, gostei mais do concerto deste ano do que do ano passado. Também acho que nós tivemos melhor, mas acho que é um sinal de que as pessoas respeitam o meu trabalho, que não se cansam, o que me leva ao mesmo: faz-me querer fazer mais e voltar uma quarta, quinta vez… Tipo Quim Barreiros (risos). 

ComUM: Como definiriam o público do Minho? 

Richie Campbell: Como menos embriagados do que o costume (risos), só por causa da hora a que tocámos. Fiquei bastante contente por o pessoal não estar assim tão embriagado e agradeço à organização por nos terem posto a tocar a esta hora. 

Plutónio: Subscrevo o Richie (risos). E descrevê-lo-ia como um público que não gosta só de ouvir, mas também de cantar. Senti que em quase todas as músicas o público cantava com a mesma alma. Nem sempre é assim, independentemente da dimensão do público, há públicos que cantam mais e aqui em Braga cantaram mesmo muito, ouvia-se mesmo o people a cantar. 

Richie Campbell: É isso, já vi queimas com muito mais pessoas mas há dias e dias e hoje claramente, a vibe estava fixe, as pessoas estavam mesmo a gostar dos dois concertos, estavam-se a divertir e isso para nós também é muito importante. 

ComUM: Qual a opinião sobre o novo recinto? 

Richie Campbell: Dá 10-0 ao último recinto! Muito melhor que o último. Mesmo.  

ComUM: Como foi estrear o palco? 

Richie Campbell: Gosto mais de ser dos últimos porque tenho termo de comparação com os outros concertos que já houve, mas está bem! Acho que abrimos bem, foi um bom primeiro dia.