A iniciativa surgiu do projeto Sexism Free Night e Programa de Prevenção da Violência no Namoro em Contexto Universitário e com a conjugação da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) Braga. O objetivo é “assegurar um espaço e uma festa segura e divertida para todos e todas”.
O Enterro da Gata vai contar com ações para a prevenção de violência. Apesar de o recinto no Fórum Braga não ter um Ponto Lilás, um grupo de estudantes voluntárias da universidade do Minho, pertencentes à UMAR Braga e com formação em violência de género, vão fazer rondas para identificar possíveis situações de violência sexual e conseguirem apoiar ou denunciar as mesmas.
“Pelas formas de violência ocorridas em anos transatos, é importante e urgente medidas de prevenção e combate às formas de violência, especialmente à violência sexual”, explica Celeste Amorim, voluntária da UMAR que vai fazer as rondas. A estudante da Universidade do Minho esclarece que a ação do projeto vai passar pela distribuição de cartazes com informações sobre a temática, e numa ação-intervenção no Enterro da Gata. Estudantes da universidade do Minho, com formação prévia em violência de género, vão apoiar ou denunciar às entidades competentes possíveis situações de violência e violência sexual. “Estaremos identificadas e é uma ação conjugada com a Gata na Saúde e o chill out da equipa e a atitude da Juventude da Cruz Vermelha.”
Apesar de haver interesse em fazer um Ponto Lilás em Braga, um espaço físico dentro do recinto para prevenir situações de violência sexual, Celeste admite que os recursos económicos, temporais e humanos foram escassos. “É um projeto inicial, com pouca preparação e com pouca divulgação por parte da AAUM, e sabemos que é difícil as pessoas confiarem para denunciarem estás situações. Mas esperamos conseguir prevenir algumas situações de violência”, refere a estudante.
Na passada quinta-feira foi organizada a primeira ação do projeto, uma formação a pessoas que estarão a servir bebidas nas barracas do Enterro da Gata. “A formação foi bastante participativa e notou-se a vontade de aprender o que fazer numa situação de violência”, notou Celeste. A formação serviu para elucidar sobre temas, como a violência de género, a violência sexual, o assédio sexual e a violência no namoro. Permitiu analisar alguns casos específicos, com exemplos de anos anteriores, e explicar o que se deve e pode fazer para combater a violência sexual.
A estudante espera que este projeto piloto possa ser alargado a outras festas académicas, como a Receção ao Caloiro e o Caloiro ao Molho, e às quartas académicas. O objetivo é “assegurar que o espaço noturno na zona da universidade também seja um espaço livre de sexismo.” Para tal, a Celeste adianta que pretende realizar mais formações, “abertas a todas as pessoas e aos donos e donas dos estabelecimentos”.
Entrevista: Cátia Barros
Texto: Diogo Rodrigues