O discurso de Rui Vieira de Castro, reitor da Universidade do Minho, durante a cerimónia solene de aniversário da Escola de Psicologia ficou marcado por uma denúncia pública.

A celebração do 10º aniversário Escola de Psicologia decorreu esta segunda-feira, no auditório B1 do campus de Gualtar. A cerimónia contou com Miguel Gonçalves, presidente da escola e com o reitor da academia minhota. Rui Vieira de Castro admitiu que o pagamento de salários aos investigadores recém-chegados tem sido assegurado integralmente pela universidade, visto que as agências financiadoras têm dívidas na ordem dos 10 milhões de euros.

Várias vezes durante o seu discurso, o reitor mencionou a chegada de centenas de investigadores à Universidade do Minho. A elevada quantidade de investigadores traduz-se em gastos na ordem dos 300 mil euros por mês, para o pagamento de salários. Estes salários têm sido suportados na totalidade pela Universidade do Minho, “porque a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) não foi ainda capaz de satisfazer os compromissos que estão assumidos”, afirmou.

O reitor da academia minhota lamentou que esta situação se tenha vindo a arrastar, tornando-se num atraso “pouco razoável”. No entanto, acrescentou: “estou convencido de que esta questão se há-de resolver”, apesar de continuar a ser “um elemento de alguma tensão que importa considerar”.

Contudo, demonstrou estar muito satisfeito com os investigadores e os projetos de investigação na Universidade do Minho, esperando, ainda, conseguir aumentar mais o equilíbrio entre a investigação e a educação.

Durante o discurso, o reitor da Universidade do Minho pediu, também, soluções para o desenho dos currículos. “Estamos a viver tempos de transformação muito rápida no perfil dos nossos estudantes. Os nossos estudantes têm cada vez mais formas múltiplas de relação com o conhecimento, têm à sua disposição novos suportes tecnológico”, disse.

É assim que apelou à alteração do modo de ensino e do desenho dos currículos, que, na opinião do reitor, devem ser pensados de forma integral. “Acho que isto é um imperativo que hoje se coloca às universidades”, acrescentou.

O desafio deixado então por Rui Vieira de Castro à Escola de Psicologia é que as soluções para o desenho dos currículos “não se limitassem a procurar responder a situações do presente, mas que pudessem antecipar aquilo que são cenários possíveis de desenvolvimento no que diz respeito às necessidades e interesses que socialmente se venham a manifestar.”

O reitor da Universidade do Minho desafiou, também, a Escola de Psicologia a procurar soluções para a captação de estudantes internacionais e a aproveitar a sua situação. A escola é a única na universidade onde o número de investigadores é superior ao número de docentes. Sublinha-se a importância da articulação da investigação com o ensino.

Até à data da publicação do artigo a FCT não se mostrou disponível a prestar declarações ao ComUM.