Com o objetivo de promover a participação da comunidade académica, o reitor recebeu as questões dos investigadores da Universidade do Minho, na iniciativa “Reitor conversa com Investigadores”.
O reitor do Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, conversou com os investigadores, na passada sexta-feira, acerca das dificuldades e propostas que surgem na realização de projetos. A comunidade, que no Minho representa quase 1000 pessoas, sente-se maioritariamente preocupada com questões de gestão financeira.
Francisco Brito, investigador e professor na área da Engenharia Mecânica na UMinho, revelou que um dos problemas que mais afeta os investigadores é o fator financeiro. Na visão de Francisco Brito, “o tempo que demora a executar despesa é muito dilatado”, por isso influencia a execução do projeto. O processo de encomendar peças e receber o montante do orçamento é muito demorado, por isso o investigador afirma que se torna “desanimador” gerir projetos na instituição minhota, devido à “dificuldade crescente em executar despesa”. Dirigindo-se ao reitor e aos membros da equipa reitoral, sugeriu que se conseguisse uma forma de “executar a despesa de forma célere”.
O problema financeiro da Universidade foi também realçado por André Tavares, do Lab2PT, que nota que existe uma “excessiva dependência” da FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia), entidade que financia grande parte dos projetos. Com isto, André Tavares sugeriu que a UMinho tentasse “abrir o jogo” e encontrar outras parcerias, assim como defende que deviam existir critérios que definissem o tempo no qual é efetuado o pagamento. Em contrapartida, e apesar de estes assuntos preocuparem os investigadores, André Tavares admitiu que “no final tudo se resolve” e os projetos concretizam-se, notando que existe vontade por parte das entidades para resolver os problemas.
Já o presidente da Escola de Engenharia, João Monteiro, vê a situação da Universidade do Minho como um “bom problema”. Apesar de existirem muitos projetos em vigor, que atualmente são cerca de 600, este número não é compatível com os recursos humanos disponíveis. Para além disto há a questão dos 5 milhões de euros que a FCT deve à Universidade.
Em resposta a estas requisições, Rui Vieira de Castro defendeu que a academia minhota está “a viver uma realidade completamente nova”. Por isso, é natural ter de existir uma readaptação por parte da administração, que tem em conta o compromisso em resolver estes fatores. O processo “vai demorar tempo”, pois as mudanças foram “muito profundas”. O reitor da UM referiu que o Estado Português fez um acordo com as universidades, em que se houvesse algum impacto financeiro nas instituições, o governo disponibilizaria a verba necessária para a sua reafirmação.
No que diz respeito ao processo demorado dos pedidos de cabimento, Rui Vieira de Castro afirmou que a administração pública é demorada e que o tempo é preciso. No entanto, estas questões “têm que ser pensadas” e estar no pensamento da Universidade. A realização desta iniciativa de conversa com investigadores permite a exposição de dificuldades e também sugestões para “resolver questões sensíveis”.