Após quatro anos sem lançar um projeto, a rainha volta a subir ao trono, tal como afirmam alguns fãs de Sara Bareilles. Amidst The Chaos é o sexto álbum de estúdio da cantora, lançado no dia 5 de abril.

O álbum da cantora norte-americana começa já a revelar esperanças de atingir o sucesso dos anteriores. Em menos de um mês já foram vendidas cerca de 37 mil cópias, só nos Estados Unidos.

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A primeira faixa, e uma das mais aclamadas, é “Fire”. Definitivamente, Sara Bareilles incendeia logo o ouvinte com uma canção que tem um ritmo acústico arrepiante e cativante. É impossível não dançar com “Fire”, que demonstra claramente que a cantora renasceu das cinzas como uma fénix e trouxe consigo o fogo que a vai levar diretamente ao sucesso.

Com “No Such Thing”, o ouvinte sai um pouco da Terra e da força de “Fire” para um mundo mais etéreo e angelical. O lado celestial da voz da cantora, característica que a destaca maioritariamente, faz-se notar neste tema, devido aos agudos leves e aéreos que fazem o ouvinte viajar para uma nova atmosfera. É quase caso para dizer “there’s no such thing” as Paradise com Sara Bareilles.

E falando em paraíso, porque não falar de Adão e Eva? É exatamente isso que a artista americana faz em “Armor”. Esta é uma faixa que podia muito bem ser um hino ao feminismo, porque, tal como Sara diz, e porque é que a Eva ficou com a culpa?! Apesar de um pouco estranha e pouco interessante e chamativa do ponto de vista melódico, a letra é sem dúvida uma mais valia, com uma lição feminista muito bem definida: ser forte significa ser abençoado com um inimigo, e é dele que nasce a nossa armadura.

Mais à frente, Sara Bareilles volta a este lado mítico. “Orpheu” faz lembrar um pouco as músicas Pop e Rock mais alternativas dos anos 90, aquelas típicas baladas hipnotizantes que causam um transe tanto romântico como mórbido. Isto acontece devido ao ritmo suave e cíclico e à melodia que a cantora implementa. A canção relembra exatamente a figura de Orfeu, o poeta que acalmava tudo e todos com o som da lira que tocava. Dessa mesma forma, a artista fala de um amor que acalma, tal como Orfeu.

“Saint Honesty” é a chuva que vem acalmar o ouvinte, de modo a prepará-lo para o final do álbum. A melodia desta faixa é também ela muito leve, quase como um dia de chuva em que fica no ar aquela calma atmosférica que deixa qualquer um num estado de uma suavidade quase santa.

O projeto fecha com “A Safe Place to Land”, um dueto com o cantor norte-americano John Legend, e Sara Bareilles não poderia ter feito melhor escolha para este momento. A faixa é exatamente o aterrar num lugar muito bom, depois duma viagem guiada por vários mundos e universos. As vozes dos dois cantores encaixam numa harmonia perfeita, que conseguiria acalmar até o ouvinte mais transtornado. A mensagem que a letra deixa é de esperança e de uma força interior gigante. “A Safe Place to Land” é a certeza de que, em qualquer momento, alguém vai chegar e trazer um lugar bom e agradável, um “safe place to land” exatamente. E foi mesmo isto que a artista fez com os ouvintes durante todo o álbum, transportá-los e fazê-los, depois, aterrar nesta canção fantástica.

Com Amidst The Chaos, Sara Bareilles partilha com todos um caos ótimo, um caos porque é esse o pequeno mundo de todos, tal como a artista demonstra. É também notável a crescente maturidade da cantora de “Love Song”, que demonstra ter crescido muito ao longo destes cinco anos sem lançamentos, tanto a nível artístico como pessoal. Sem dúvida um albúm e uma artista que deviam ser mais reconhecidos fora dos Estados Unidos.