Em Moreira de Cónegos a época não foi fácil, mas terminou com um feito histórico.

“Vamos fazer o que ainda não foi feito”. É uma letra de Pedro Abrunhosa, mas podia muito bem ter sido uma palestra de Ivo Vieira no início da temporada. É que, efetivamente, o treinador madeirense guiou o Moreirense a uma temporada histórica e inédita no clube minhoto.

Se é verdade que na Allianz Cup a coisa não correu pelo melhor – derrota na segunda fase por 2-0 frente ao Varzim -, não é menos verdade que no que toca à Liga NOS saiu melhor a emenda que o soneto à equipa cónega: sexto lugar com 52 pontos, a melhor época de sempre do clube no primeiro escalão. Pelo meio, uma boa prestação na Taça de Portugal, que terminou apenas nos oitavos de final com uma derrota por 4-3 no Dragão.

Numa época histórica, não deixaram de existir falhas. Uma delas veio da estrutura e prendeu-se com a pré-inscrição para disputar a Liga Europa na próxima temporada. O Moreirense não realizou essa pré-inscrição e desde cedo se percebeu que os cónegos não iam jogar as competições europeias em 2019/20, quando a classificação no campeonato assim lhes podia permitir.

A equipa minhota perdeu o quinto lugar na última jornada para o Vitória SC. Com a derrota frente ao conjunto vizinho, o Moreirense deixou-se apanhar no número de pontos e a decisão pelo quinto e sexto lugares foi feita através do confronto direto. A reta final dos minhotos no campeonato sofreu uma quebra e em seis jogos apenas conseguiram uma vitória.

Em jeito de conclusão, a não inscrição nas competições europeias foi um erro que, apesar da sua importância, não mancha o registo de uma grande temporada do clube. O trabalho de Ivo Vieira é de ressalvar, sobretudo na constante capacidade de inventar soluções perante a adversidade.

O Moreirense perdeu Loum a meio da temporada, mas descobriu Ibrahim Camará. O Moreirense teve problemas na defesa com lesões, mas Ivo Vieira descobriu o caminho para a vitória a jogar com defesas centrais no lugar de defesa esquerdo. O Moreirense teve problemas disciplinares – o processo imposto a Rúben Lima –, mas Ivo Vieira soube manter o plantel afastado desses assuntos e focado no objetivo.

A orquestra cónega tocou sob a batuta do maestro Vieira… e que bem que tocou!