As bolsas de estudo atuais são de 1.064 euros. O Conselho de Reitores pretende o alargamento da ação social a mais 30% dos alunos e a adequação dos escalões atendendo aos rendimentos familiares.
O Conselho Nacional de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) divulgou, esta sexta-feira, propostas que espera ver nos programas eleitorais dos partidos políticos, que concorrem às eleições de outubro. Apontando para a próxima década, os reitores pedem bolsas de estudo mais altas, mais alunos universitários e com mais escalões. As propostas vão ser apresentadas aos partidos políticos na próxima semana.
Cerca de 40% dos alunos que abandonam o Ensino Superior fazem-no por razões financeiras. Assim, o CRUP estipula como necessário o reforço da ação social – uma das três prioridades da agenda política que vai apresentar. Concretamente, propõem o aumento substancial das bolsas mínimas que passariam dos atuais 1.064 euros para entre 1.200 e os 1.500 euros.
Além disso, pretendem que o apoio social abranja pelo menos 30% dos estudantes, até ao final da legislatura, em contraste com os atuais 21%. O escalonamento dos valores das bolsas é também tópico da agenda, que deve ser apropriado aos rendimentos familiares dos estudantes.
Além das estatísticas de abandono do Ensino Superior, atente-se que a bolsa mínima atual é igual ao valor da propina máxima nos cursos de licenciatura e mestrados integrados, cobrindo apenas o pagamento da mesma.
O preço dos quartos para arrendamento pode ser também um fator impeditivo para um estudante que pretenda estudar numa instituição situada num grande centro. Deste modo, o plano de alojamento dos estudantes do Ensino Superior, anunciado pelo atual Governo, é outra das medidas que o CRUP quer ver realizada.
Tendo em conta as condições do corpo docente e o modelo de financiamento das universidades, o CRUP inclui também a melhoria e a atualização dos mesmos na agenda apresentada.
O objetivo principal do plano de metas, anunciado pelo presidente do CRUP, Fontainhas Fernandes, é afirmar o Ensino Superior como “uma prioridade nacional”, sendo que sem ele, não é possível o desenvolvimento do país e dos cidadãos.