Em celebração do seu 18º aniversário, a Casa das Artes de Famalicão recebeu, num duplo concerto, Sérgio Godinho e Frankie Chávez.

Foi na passada noite de sábado que Sérgio Godinho e Frankie Chávez atuaram na Casa das Artes, em Famalicão. Os artistas apresentaram os seus últimos projetos: “Nação Valente” e “I Don´t Belong Tour”, respetivamente.

A noite começou com a atuação de Sérgio Godinho que, devido à sua longa carreira, reuniu pessoas de todas as idades. “Muito boa noite, é um prazer voltar a tocar nesta sala”, diz Godinho ao público, enquanto é recebido com uma salva de palmas e reforçando ainda que “é muito bom experimentar sítios novos, mas é melhor voltar onde já fomos felizes”.

Sérgio Godinho, para além de trazer o seu 18º álbum de estúdio, incluiu no seu repertório melodias mais antigas, muito e pouco conhecidas. O concerto começou com os temas do último disco, “Noite e Dia”, “Grão da Mesma Mó” e “Baralho de Cartas”, mas também com algumas colaborações. É exemplo disso o tema “Mariana Pais, 21 Anos”, em colaboração com o seu mais antigo parceiro, José Mário Branco, e “Artesanato”, em colaboração com o vocalista dos Clã, Hélder Gonçalves.

A atuação contou ainda com músicas que remetem aos anos 70, 80, 90 e ao início do século. Entre as mais de 20 músicas que Sérgio Godinho cantou em palco, interpretou algumas mais antigas como “Noite Passada”, “Benvindo Sr. Presidente”, “O rapaz da Camisola Verde”, “Com um Brilhozinho nos Olhos” ou a tão conhecida “O Primeiro Dia”, em que Godinho é acompanhado pelo público.

O primeiro concerto da noite chega assim ao fim, tendo Godinho recebido ainda várias ovações em pé durante os últimos temas.

Num segundo concerto, imerge Frankie Chávez com a “I Don’t Belong Tour” e, ao contrário de Sérgio Godinho, atuou no formato de “one man band”. O músico, cantor e compositor assumiu o espetáculo a solo, saudando o público com um “boa noite pessoal, muito obrigado por estarem aqui, para mim é um prazer enorme”.

Frankie, que canta e toca vários instrumentos ao mesmo tempo, fez anda questão de interagir com o público no fim de todas as suas músicas. No seu repertório contam músicas do seu último álbum, “Double or Nothing”, mas também dos seus álbuns mais antigos “Heart & Spine” e “Family Tree”.

O concerto começou com os temas “By the Banks of this Old River”, “Morning Train” e “Sweet Life”, uma música que, segundo Chávez, é sobre “família, amigos, celebração, cenas, coisas, e tudo o que é positivo”. Para contrastar, e afirmando que nem todas as músicas podem ser felizes, o cantor apresenta o tema “My Religion”. Esta música faz referência aos ataques terroristas de 2015, em Paris, mais precisamente no Teatro Bataclan e, por isso, dedica-a a todos os cantores que atuam como ele e esperam que não entre nínguem nos seus concertos e comece a disparar.

A atuação continuou com as músicas “Another Day”, “Strong Enough To Pray”, música que escreveu a pensar na mãe e no irmão, e ainda o tema instrumental “Nazaré”. Este último tema foi escrito para a banda sonora de um filme sobre as ondas da Nazaré, que podem evoluir de ondas pequenas para ondas muito grandes. Enquanto tocava, Frankie Chávez convidou o público a fechar os olhos e imaginar-se no meio das ondas.

Na reta final do concerto, Frankie Chávez reforçou o facto de estar a atuar num sítio muito especial e, fazendo um brinde, dirigiu-se ao público dizendo: “por mim já valeu, muito obrigado a todos os que vieram”.