Número um nacional não vencia no All England Club desde 2016. Segunda ronda pode ditar confronto com Marin Cilic.
O vimaranense João Sousa entrou com o pé direito na edição de 2019 de Wimbledon. Depois de ter sido afastado na estreia tanto em 2017 como em 2018, o número um nacional impôs-se perante o menos experiente Paul Jubb (431.º ATP) e triunfou com parciais de 6-0, 6-3, 6-7(8) e 6-1.
Num confronto de gerações – Sousa tem 30 anos e Jubb tem 19 -, o tenista treinado por Frederico Marques fez valer a maior experiência nestas andanças. O jovem britânico, a fazer a estreia em torneios do Grand Slam, entrou nervoso na partida e o número 69 do Mundo aproveitou para ditar o ritmo e conquistar o primeiro parcial ao fim de apenas 21 minutos.
Na segunda partida, Jubb soltou-se mais, serviu melhor e começou a mostrar outro nível de jogo. O britânico chegou mesmo a dispor do primeiro break point durante o parcial, mas João Sousa manteve-se sempre tranquilo e com recursos para sair dos momentos de aperto. Mais eficaz na resposta aos primeiros serviços do adversário e ele próprio muito assertivo com a primeira bola – venceu 78% dos pontos jogados no primeiro serviço ao longo do segundo set -, o português traçou aí a diferença necessária para aumentar a vantagem para dois sets a zero.
O terceiro set foi totalmente diferente dos dois anteriores. Paul Jubb conseguiu desde cedo passar para o comando do marcador, fruto do primeiro break que consumou. Aos três jogos consecutivos do britânico respondeu João Sousa com dois, um deles para recuperar o break de desvantagem. No entanto, o tenista natural de Guimarães permitiu ao oponente voltar a fazer estragos na resposta e viu-se obrigado a correr novamente atrás do prejuízo. No jogo seguinte, Sousa voltou a devolver a quebra de serviço e a partida seguiu empatada até ao final, pelo que foi necessário o tie-break para separar os dois atletas no marcador.
João Sousa foi o primeiro a ceder o serviço no jogo de desempate, mas fez uso da boa capacidade de resposta que apresentou esta tarde no Court 17 do All England Club para recuperar a desvantagem. Embalado pelo muito público presente nas bancadas, Paul Jubb avançou para um segundo mini-break, ao qual respondeu João Sousa com um winner de direita inside-in.
O tenista português foi o primeiro a chegar ao match point, mas o britânico ainda tinha algum gás no tanque e, com uma série de bons serviços ao corpo, foi capaz de se manter vivo no desempate. Ao segundo set point a favor do britânico, João Sousa não conseguiu evitar uma pancada de direita mais comprida e entregou a vitória no terceiro set ao adversário.
O ímpeto ganho pelo jovem britânico com a vitória no terceiro parcial foi de imediato travado pelo vimaranense na quarta partida. Com um set de muita qualidade, João Sousa recuperou a agressividade que tinha mostrado na primeira metade do encontro e não descurou as oportunidades de subir à rede (terminou o jogo com 89% de pontos ganhos nesse capítulo), não permitindo grandes aventuras a Paul Jubb no marcador. Ao fim de duas horas e 18 minutos, a vitória ficou com o tenista português.
De regresso à segunda ronda do Grand Slam britânico, onde já não chegava desde 2016, João Sousa não tem ainda um adversário definido. O próximo oponente do número um nacional vai sair do encontro entre o croata Marin Cilic, número 18 do Mundo e 13.º cabeça de série no All England Club, e o francês Adrian Mannarino, número 42 mundial e recentemente campeão na relva holandesa de ‘s-Hertogenbosch.