25 anos depois, miúdos e graúdos afluem em massa aos cinemas mais próximos. Desta vez, a animação mais rentável de sempre transformou-se e seguiu a tendência dos filmes live-action, tornando os desenhos animados em realidade aumentada.
Destaca-se a fidelidade ao original, mas o novo O Rei Leão vale pelo sentimento nostálgico com um toque de modernidade. Entre vários lados negativos, a banda sonora e “Hakuna Matata” nunca nos iriam desiludir totalmente.
Jon Favre, o realizador do filme, assume que se deslocou durante três anos ao continente africano para recriar da melhor forma os movimentos e ações dos animais que a animação da Disney contém. Uma das críticas mais escritas e escutadas é a da falta de emoção das personagens desta versão. Porém, é algo que apenas demonstra a tal fixação por tornar o filme o mais real possível. Claro que vários pormenores da animação original se perderam por não serem uma concretização viável.
O cuidado em mostrar ao público a real constituição dos animais espelha-se no princípio das alterações climáticas do planeta. Espera-se que, com a nova versão de O Rei Leão, as novas gerações tenham a perceção do que o planeta perde com as ações negativas dos humanos, exercidas ao longo dos anos. A naturalidade e luz que o filme transmite ao público espelham a beleza do mundo e o que devemos preservar e venerar. Até mesmo a sombra onde o sol não se expõe.
Uma diferença notória entre as duas versões são as vozes das personagens. Na versão inglesa, Beyoncé e Donald Glover dão voz a Nala e Simba, que muito tem a ver com a banda sonora cativante e conhecida pelo público que se senta nos bancos do cinema. Hans Zimmer continua como compositor e arranjou as músicas para se tornarem mais modernas e ao encontro dos nossos tempos.
No entanto, apesar da boa banda sonora, pedia-se um pouco mais de dramatismo nas vozes de alguns protagonistas. No caso de Timon e Pumba, penso que foram os personagens mais bem conseguidos do filme. Mantém-se a postura, mas com uma adaptação à menor fantasia, onde certos momentos do filme original foram substituídos por outros não menos interessantes.
O caso de Scar e das hienas foi pouco aprofundado. Com a consciência que são fundamentais para o fluir do conto, parecem estar menos focadas nos momentos mais importantes do filme onde aparecem. Mesmo nestas músicas houve um murchar e pouco tempo de protagonismo. Contudo, no final, o público começa a afeiçoar-se aos seus requintes de malvadez que os caracterizam. Isto leva muitas vezes à raiva geral e a mais umas pipocas que se comem.
Os efeitos especiais são impressionantes. O momento da vénia a Simba é semelhante, e foi esse o aspeto que mais me surpreendeu na primeira parte do filme. Aqui soube que estava mesmo a ver O Rei Leão, após tanta espera.
Mesmo já a conhecer a história, a fluidez das passagens de tempo faziam crer que o percurso poderia mudar a qualquer momento. Mas, Disney, continuo um pouco aborrecida pelo facto de a música “Can You Feel The Love Tonight” se ter passado de dia. É quase imperdoável e de real importância, no meu ponto de vista pessoal.
A Disney sabia que ao apostar neste filme ia obter sucesso nas bilheteiras, é uma fórmula infalível de momento. No geral, tudo o que envolveu o momento cinematográfico me levou à infância e às tardes que passava no sofá de casa apenas a ver animações. Sei que muitas pessoas se vão arrepender de estragar esse momento, mas eu achei que valeu a pena. Cantar “Hakuna Matata” em voz alta e ser abafada pelas colunas enormes do cinema foi o auge da minha tenra idade.
Apesar de todas as críticas, é um filme que vou voltar a ver muitas vezes, no entanto intercalado, pois claro, com o original. Um vive sem o outro, mas os dois acabam por formar a simbiose que nunca pensei necessária.
Título Original: The Lion King
Realizador: Jon Favreau
Elenco: Donald Glover, Beyoncé Knowles-Carter, James Earl Jones
Música: Hans Zimmer
EUA
2019
Julho 26, 2019
A maior da “Can You Feel The Love Tonight” no filme original passa-se de tarde, apenas tendo o pôr-do-sol no fim da música. Portanto não entendo esse mito espalhado pela Internet que a música no original era passada à noite.
Aliás a própria música diz que o “amor” se irá passar à noite, não quando o Timon e Pumba estão a observar o início da paixão :/