Hoje em dia, quase que nos esquecemos que os Beatles, a banda que mudou a história do Rock, era um quarteto e não um trio. Isso porque devido à sua personalidade, Richard Starkey, ou Ringo Starr como era conhecido artisticamente, sempre foi o Beatle mais discreto.
O músico que completou nesta segunda-feira, dia 8 de Julho, 79 anos, fez história e ganhou fama como baterista de uma das maiores bandas de sempre.
Ringo teve a origem mais humilde entre os Beatles. Cresceu num bairro pobre em Liverpool e o pai saiu de casa quando ele tinha apenas 3 anos.
Foi internado duas vezes durante a sua infância. A primeira, aos 6 anos, devido à contração de peritonite e a segunda, aos 12, devido à tuberculose.
Esses períodos fizeram com que estivesse afastado da escola, o que dificultou o processo de conclusão do ensino primário. Mas foi também no período em que esteve internado pela segunda vez que Starr começou a tocar na banda do hospital, o que despertou em si uma grande paixão pela música.
Quando os Beatles se formaram, Ringo era membro de outra banda de Liverpool – Rory Storm and the Hurricanes. Apenas em 1962 o baterista entra para substituir Pete Best situação que, inicialmente, trouxe alguma rejeição por parte do público da banda.
Durante os oito anos que permaneceu no grupo, Ringo ficou conhecido pelo estilo seguro de tocar e pela originalidade. A sua voz encontrou também espaço em todos os álbuns da banda como por exemplo na música “Yellow Submarine”, composta por John Lennon, e até mesmo em “Don’t Pass Me By” e “Octopus’s Garden”, músicas de autoria própria.
Em 1973, já em carreira a solo, lançou o álbum Ringo que alcançou, com um rock divertido e sem compromissos, o topo das paradas musicais nos Estados Unidos.
O sucesso no mercado fonográfico concedeu também ao músico uma breve e sucedida carreira como ator. No plano pessoal, a vida de Ringo foi marcada pelo consumo excessivo de álcool e cocaína que interferiram muito na sua atividade profissional.
Por toda a sua carreira o baterista sempre foi confrontado, como o próprio admitia, com as suas supostas limitações técnicas. No entanto, o seu grande diferencial encontrava-se no sentimento que colocava nas batidas. Tal caraterística deu-lhe entrada, por duas vezes, no Rock and Roll Hall of Fame – uma como Beatle e outra a solo. Os que trabalharam com o músico afirmam que ele era capaz de oferecer um contratempo firme e constante como poucos, sem grandes exibicionismos.
Ringo oferecia estabilidade às músicas. E a sua personalidade ofereceu, durante muito tempo, estabilidade aos Beatles.