A fundação já financiou 64 edifícios modernistas ao longo de cinco anos.
Foram atribuídos 160 mil euros pela fundação Getty, em Los Angeles, EUA, ao projeto universitário que tem como objetivo a conservação e reabilitação da Estação Central da Beira, em Moçambique. O edifício inaugurado em 1966 precisa urgentemente de obras após o recente ciclone tropical Idai.
A equipa encarregue do projeto da Universidade do Minho é liderada por Paulo Lourenço, do Instituto de Sustentabilidade e Inovação em Engenharia de Estruturas, e por Elisiário Miranda, no Laboratório de Paisagens, Património e Território. Este trabalho pretende ser partilhado com a África lusófona, elevando o nível e as práticas de conservação do património arquitetónico moderno, bem como o conhecimento das ferramentas de última geração neste âmbito.
A Estação Central da Beira é um dos dez edifícios marcantes do século XX a nível mundial, sendo um símbolo do progresso e pós-guerra. Estes edifícios são agora apoiados pela Getty, num total de 1.4 milhões de euros e no âmbito da sua iniciativa “Keeping It Modern”. A estrutura identifica-se com o Movimento Moderno internacional do segundo pós-guerra, tendo mais de 50 anos de utilização. O seu estado apresenta carências, agravadas pela passagem do furacão Idai, nomeadamente pela destruição de caixilharias e quebra-luzes.
O grupo escolhido para liderar o projeto tem como objetivo propor um plano de conservação e usos alternativos para o espaço, adicionando novas funções ao complexo. Propondo um plano de conservação e usos alternativos para o espaço, vai também compilar desenhos históricos, fotos, histórias orais e mapear danos estruturais, parte desse percurso já traçado em estudos anteriores da Universidade do Minho. “No final, o dossiê ajudará os decisores a melhorar as utilizações atuais e aliar novas funcionalidades, seguindo as práticas mais recentes da conservação”, diz Paulo Lourenço, professor catedrático da Escola de Engenharia da UMinho.
Para além deste edifício, a fundação Getty financiou também muitos outros edifícios modernistas. Em cinco anos já contribuiu para planear e investigar a conservação de 64 edifícios modernistas em todo o mundo. Para o diretor da Fundação Getty, Joan Weistein, a iniciativa Keeping It Modern tem tido impacto coletivo positivo: “Os proprietários dos edifícios planeiam estratégias cada vez mais abrangentes e a longo prazo”.
Foram também escolhidos o Monumento Buzludzha, na Bulgária, o Palácio de Exposições de Turim, Itália, a Villa E-1027, em França, a Igreja Cristã do Norte e a Miller House, ambas em Indiana, EUA, o Museu Nacional do Uganda, o Laboratório de Química da Universidade Tecnológica de Kaunas, na Lituânia, a Escola Superior de Comércio Manuel Belgrano, Argentina, e o Paraninfo da Universidade Laboral de Cheste, Espanha.