Depois da primeira noite livre, o festival que se realiza na periferia de Braga abre portas a mais nomes nacionais e internacionais.
O dia foi longo e começou em força numa tarde, que apesar de atrasada, teve a pujança que o rock’n’roll necessita. Dividido em vários momentos e três palcos distintos, o festival de Ruílhe ofereceu aos festivaleiros e campistas as atuações e ambiente de um festival informal.
No palco montado junto ao café “Casa do Músico”, depois de passar a linha de comboio e acima do recinto principal, a festa começa com os Democrash. A banda de seis elementos começou o concerto para o público que estava na esplanada do café. Os efeitos sonoros foram, para além das fortes guitarras e a bateria, o que mais se distinguiu da música do grupo de rock. O vocalista cantou em inglês e esperou pelo desvanecer do feedback e da distorção das guitarras para agradecer a oportunidade de aturarem no Rodellus.
Após o concertos dos Democrash seguiram-se, ainda no Palco Músico, os Doutor Assério. Depois de admitirem estarem embriagados, disseram que seriam “a banda mais divertida a passar no festival”. O grupo de Roriz mencionou também o festival da casa deles – Souto Rock – que aconteceu no fim de semana anterior. A banda constituída por um guitarrista/vocalista, um baixista e um baterista aguentou a pedalada do concerto que a antecedeu. O rock’n’roll barcelence espelhou-se em Ruílhe. Para terminar o concerto, a banda desceu do palco e tocou ao nível do público. Num registo informal, os Doutor Assério não só mostraram aos festivaleiros o que é “abanar o capacete”, como também arrancaram imensas gargalhadas. O Palco Músico encerrou os concertos da tarde, no entanto, continuou a dar música aos campistas pela mesa de mistura do Headliner DJ Set.
No começo da noite, os Mr. Mojo estrearam o Palco Eira do recinto principal do festival da freguesia de Ruílhe. A banda rock chamou todos os campistas e festivaleiros que se encontravam na zona. Antes do final, em que tocaram “Disorder”, em forma de despedida, os artistas interpretaram um dos recentes temas que descreveram como “uma das nossas novas músicas punk maradas”. Depois da banda bracarense ter estreado a segunda noite do festival de Ruílhe, os concertos foram alternando entre os Palcos Eira e Rodellus.
Os Mars Red Sky foram os segundos a entoar sons de rock psicadélico. A banda francesa inaugurou o Palco Rodellus com temas considerados dos primórdios do grupo musical. Festejaram a quinta edição do jovem Rodellus elogiando o espaço e chamando o público de “sortudo” por já há cinco anos consecutivos se trazer ao campo a oportunidade de se ouvir e desfrutar de um festival tão completo. Apesar do sotaque arranhado, os artistas de Bordéus não tiveram dificuldade em transmitir a honra que sentiam em atuar no festival que foi premiado pelo Iberian Festival Awards.
Solar Corona concluiu as atuações programadas do palco principal. Os artistas barcelences tocaram sem o saxofonista Julius Gabriel. O conjunto fez a festa apesar do moshe que chegou devagar e tímido. O porta-voz, José Roberto Gomes, apelou à existência de um saxofonista na plateia que se quisesse aventurar com eles na performance. O seu pedido foi em vão, visto que não foi acedido. Contudo, para fechar o Palco Rodellus, Solar Corona presenteou os festivaleiros com um dos seus temas que não é apenas instrumental.
FAVX e Bee Bee Sea foram os grupos musicais espanhóis e italianos, respetivamente, que deram ritmo ao Palco Eira antes de ser encerrado pelos Gin Party Soudsystem. O conjunto de DJs que se descreve com o “colectivo que passa aquilo que vocês querem realmente ouvir à noite mas que têm vergonha de admitir” aqueceu a plateia pela noite dentro, que apesar do dia quente, o entardecer veio a revelar um serão que pedia um agasalho.
O festival que ocorre no campo e está inserido no Município de Braga acaba hoje, sábado, com ainda mais de dez grupos de artistas. Durante o dia de hoje atuam nomes como QUADRA, Gator The Alligator e Paraguaii.