Instituto de Educação vai formar docentes angolanos responsáveis pelas disciplinas e estágios no campo da metodologia do ensino no país africano.

Ao longo dos próximos anos, o Instituto de Educação (IE) da Universidade do Minho vai formar docentes angolanos que, nos cursos de formação de educadores e professores no país africano, são responsáveis pelas disciplinas e estágios no campo da metodologia do ensino (pré-escolar, ensino primário e ensino secundário).

A medida surge da cooperação entre o IE e o Governo angolano e integra-se no Programa Nacional de Formação e Gestão do Pessoal Docente, apresentado pelo Governo angolano. Com este projeto pretende-se dotar o sistema educativo do país com uma qualificação mais adequada e com um melhor desempenho ao nível da docência.

Eugénio Silva, docente do IE, atualmente Secretário de Estado do Ensino Superior em Angola, afirmou que se pretende formar, nos próximos dez anos, mais de 20 mil professores para o sistema educativo, de forma a que seja “possível colmatar quer as insuficiências quantitativas como qualitativas no que diz respeito ao ensino”.

Os formandos destes cursos são docentes do ensino superior a lecionar as unidades curriculares de metodologia de ensino, funcionando os cursos nos Instituto Superior de Ciências da Educação de Benguela, Huíla e Luanda.

Os coordenadores do IE vão abranger três mestrados distintos: ensino pré-escolar, ensino primário – com três vertentes distintas: língua portuguesa, matemática e ciências sociais/ciências da natureza – e, ainda, ensino secundário (língua portuguesa).

O Secretário de Estado do Ensino Superior em Angola esclareceu a escolha do Governo angolano, apontando o “reconhecimento internacional” da UMinho no domínio da formação de educadores e professores como fator diferenciador. Gildo Matias José, coordenador da missão explicou que os objetivos do projeto vão além do trabalho de sala de aula. A procura consiste em “dar uma resposta global aos desafios que se colocam na educação”, tentando compreender medidas que possam atender à institucionalização, dispositivos de garantia da qualidade e avaliação do trabalho docente.

O presidente do IE, Leandro Almeida, afirmou ser “essencial exteriorizarmos estas competências onde nós temos efetivo um património adquirido muito significativo e partilhando este património nós também estamos a enriquecer com as realidades desses países com sistemas educativos e modelos de organização desse sistema educativo.” Palavras partilhadas pelo reitor da academia minhota, Rui Vieira de Castro, que reconheceu o ganho de experiência “em projetos de cooperação com os países da CPLP nas áreas da formação de educadores e professores e do desenvolvimento dos respetivos sistemas educativos”.

Uma cooperação que dá sequência à celebração, em novembro de 2018, por parte dos governos de Portugal e de Angola, de um Memorando de entendimento sobre a cooperação no domínio de formação e gestão do pessoal docente, tem data prevista para fevereiro do próximo ano, período de arranque do ano letivo em Angola.