Centro de Recolha Oficial de Animais de Amares é o primeiro canil, em Portugal, com capacidade para responder aos desafios da economia circular.

A apresentação pública do Centro de Recolha Oficial de Animais (CROA) de Amares, vulgarmente designado por canil, deu-se esta terça-feira. A infraestrutura contará com um gabinete veterinário, com quatro salas de apoio (tratamento/enfermaria, esterilização, recobro e quarentena), duas celas de retenção, uma receção, casas de banho, espaço para armazenamento de equipamentos, rações e produtos de limpeza e higiene.

O local de acolhimento de animais irá localizar-se no Centro de Valorização Ambiental de Amares, na freguesia de Dornelas. O espaço conta com uma extensão 350m2, num espaço florestal com cerca de quatro hectares. O projeto contemplará 26 celas para canídeos, com uma área de cerca de 5,6 m2 cada, quatro celas para gatos e uma para outras espécies.

Durante uma visita ao espaço, Manuel Moreira, Presidente da Câmara Municipal de Amares, demonstrou o seu contentamento relativamente ao projeto. “Estamos muito satisfeitos porque este projeto, para além de inovador e de colocar Amares na rota da sustentabilidade, estará enquadrado harmoniosamente com o espaço natural. Este espaço permitirá dar dignidade aos animais de rua e também será uma alavanca para os processos de educação e sensibilização ambiental, de envolvimento da comunidade”.

Ressalva-se que o centro de recolha de animais estará em harmonia com a natureza, aspeto que visa promover o bem-estar, a higiene e a qualidade de vida dos animais. Simultaneamente, procura promover iniciativas de educação ambiental, realizar campanhas de adoção de animais e de promoção do voluntariado.

O CROA apresenta um orçamento estimado de 95 mil euros e receberá um apoio de 50 mil euros que permitirá uma gestão das capturas, controlo e recolha de animais errantes de uma forma eficiente. Além disso, o CROA assume-se como o primeiro canil, em Portugal, com capacidade para responder aos desafios da economia circular, nomeadamente através da parceria com a empresa PhytoClean.

A companhia de cariz ecológico e ambiental, sedeada na freguesia de Figueiredo, recorrerá a uma fito-etar que utilizará diferentes espécies de plantas autóctones para realizar o tratamento dos efluentes do CROA de Amares. Segundo Patrícia Gomes e Joel Castro, promotores da empresa, “a eficácia deste processo natural é desencadeado pelas raízes das plantas, que contribuem para a redução e eliminação dos elementos poluentes. Assim, evita-se a utilização de produtos químicos para o tratamento destas águas, como ocorreria de forma convencional.”

Este tipo de sistema desempenha funções biológicas, auxiliando na depuração da água, e permite a integração paisagística e valorização do próprio espaço. A água tratada será posteriormente reaproveitada para as operações de limpeza do canil/gatil.