Cave Story voltaram ao Vodafone Paredes de Coura no mesmo horário e no mesmo palco que há dois anos atrás.

O festival que se realiza na margem da praia do Taboão apostou, uma vez mais, numa escolha nacional para a estreia do segundo palco do evento. O palco Vodafone.fm recebeu a banda das Caldas da Rainha a meio da tarde. Cave Story regressaram a Coura depois de atuar em 2017.

Em entrevista com os membros Ricardo Mendes e Zé Maldito, o ComUM conseguiu perceber como correu o concerto que estreou o palco Vodafone.fm, a opinião deles sobre a receção do público e mais detalhes sobre a banda de Caldas da Rainha.

ComUM: Como é voltar a Paredes de Coura?

Ricardo Mendes: Da minha parte, é altamente. Por acaso, um facto muito engraçado é que nós tocamos exatamente na mesma hora que há dois anos atrás. Mas os dois foram diferentes num bom sentido. Se calhar, neste, estávamos mais calmos, já conhecíamos o espaço, já tínhamos tocado naquele palco e, por isso, já estávamos mais familiarizados com o ambiente e as pessoas. E acho que o deste ano correu bastante bem, mas o de há dois anos também correu igualmente bem. Mas eu estava mais nervoso há dois anos. Agora estava um bocadinho, normal…

 

ComUM: Como acham que o público reagiu ao vosso concerto?

Ricardo Mendes: Honestamente, não estava muito atento… (risos)

Zé Maldito: Eu acho que estava mais público que há dois anos.

Ricardo Mendes: Eu não consigo… (risos) Eu quando estou a tocar desligo completamente. Mas acho que o pessoal que estava lá gostou. Ainda não recebi muitos feedbacks, mas acho que gostou.

 

ComUM: Quais foram as inspirações e métodos que vos ajudaram a criar os álbuns?

Ricardo Mendes: Eu acho que até agora todos os métodos que nós “usamos” ou que nos inspiraram de alguma maneira ao compor foram sempre diferentes a nível técnico. Neste caso, o “West” foi mais planeado na altura da gravação do disco. Foi uma cena de: já temos tudo delineado, tudo composto, produzido; vamos agora gravar tudo de enfiada como se fossemos para um estúdio. No entanto, no “Punk Academics”, que é um álbum mais recente, foi uma coisa mais espontânea, no sentido em que todas as músicas que nós fizemos foi durante a gravação. Estávamos a compor enquanto estávamos a gravar e, nesse sentido, o processo foi diferente. Mas, de resto, a nível da composição, foi um bocado parecido. Na altura, nós gravávamos nas Caldas, tínhamos lá a nossa sala de ensaios. E nós passávamos os dias todos a compor e gravávamos rascunhos de todas as ideias que nós tínhamos e depois, eventualmente, compilamos tudo.

 

ComUM: Notam evolução nos álbuns?

Ricardo Mendes: Não é uma questão de evolução, é uma questão de que na altura, quando isso aconteceu, fazia sentido fazer dessa maneira e depois fazia sentido de outra forma. Não que nós gostássemos de uma maneira ou de outra de fazer um processo. Apenas nos sentimos mais confortáveis a fazer de uma maneira ou de outra.

Zé Maldito: Não que uma maneira de fazer fosse uma negação de outra maneira de fazer.

 

ComUM: Os Cave Story já são banda há algum tempo, mas olhando mais para os primórdios, qual foi o motivo pelo qual se juntaram todos?

Zé Maldito: Então é assim: eles andavam na natação… (risos), os Cave Story. Agora estou com eles, mas eram só eles os três, no inicio. Depois juntou-se o Bobby, depois saiu o Bobby, depois ficaram só eles os três e depois juntei-me eu.

Ricardo Mendes: Se bem que o Zé já tocava connosco no West, apesar de não ter feito uma composição connosco, já fazia carradas connosco desde o início e na apresentação do West tocou connosco ao vivo. Por isso, fazia todo o sentido participar neste disco e fazia também sentido o Zé fazer parte da banda como membro e elemento crítico.

 

ComUM: O que esperam para o futuro dos Cave Story?

Ricardo Mendes: Continuar a compor, continuar a tocar… E o que nos entusiasma é que podemos fazer música entre todos, dentro da banda. Parece um bocado cliché dizer estas coisas, mas fazemos música para nos sentir bem. Mas eu sinto-me muito melhor por saber que vou fazer música com a banda no próximo mês.