Depois de atuarem na 24ª edição do Vodafone Paredes de Coura, os First Breath After Coma voltaram ao festival para atuar no palco principal.

Ainda “inebriado pela onda do concerto”, Telmo Soares explicou como poder, finalmente, atuar no palco principal do festival de Paredes de Coura é como uma “bola de neve que explodiu”. Os First Breath After Coma tocaram pela primeira vez no palco Vodafone no terceiro dia festival.

Em entrevista com Rui Gaspar, baixista, e Telmo Soares, guitarrista, o ComUM pode entender como se sentiram os artistas do grupo de Leiria após o concerto e detalhes sobre o futuro da banda.

ComUM: Como acham que correu o concerto?

Telmo: Eu acho que não passou assim tanto tempo desde o concerto, talvez passou-se meia hora, um bocadinho mais, mas eu ainda estou inebriado pela onda do concerto, mas acho que foi toda uma junção de pessoas que nos transmitiu uma energia, um amor muito forte. Nós já andamos a absorver toda a energia do que é Coura, do que é tocar no palco principal há muitos anos atrás. Temos vindo a frequentar o festival e tem sido aquele… Estás a ver o efeito bola de neve? Vamos acumulando, vamos acumulando, acumulando e hoje em dia a bola estava gigante e nós estávamos muito emotivos e acho que foi isso que aconteceu.

ComUM: Então foi essa a sensação de bola de neve de tocar pela primeira vez no palco principal de Coura?

Rui: Foi uma bola de neve que explodiu. (risos)

ComUM: Então qual acham que foi a reação do público ao vosso concerto?

Rui: Foi fraquinha, quer dizer… Nós estávamos à espera de uma reação… (risos) Estou a brincar. Não, foi muito bonito. Foi transmitido muito amor e muito silêncio nas partes… As nossas músicas têm dinâmicas muito diferentes, tem momentos que estamos lá em cima e outros que estamos cá em baixo. E quando estamos lá em baixo, hoje, houve silêncio nessas partes. E isso para nós é o maior respeito que podemos ter da parte do público.

ComUM: O vosso álbum, NU, saiu em março, certo? Vocês sentem alguma evolução entre os álbuns?

Telmo: Sim, até porque nós temos o nosso processo de criar músicas. E o nosso processo de compor é muito demorado e, por isso, todos estes três álbuns tiveram um espaço de três anos entre cada um deles. E nós, parecendo que não, fizemos o primeiro álbum ainda muito novos, ainda estávamos ali na adolescência e notou-se este degrau a degrau. Este álbum é um álbum verdadeiramente maduro porque há esta distância, há este distanciamento dos álbuns anteriores. Nós olhamos para trás e vemos que é isto que queremos fazer e acho que a idade e a maturidade nos ajudou a completar um álbum mais sólido.

ComUM: Sentem que têm algo para melhorar?

Rui: Eu acho que sempre. Eu acho é que temos a vontade de experimentar coisas novas e eu acho que estavas a dizer evolução, mas não acho que seja evolução, mas sim transformação. E vamos sempre transformando de álbum para álbum. E temos sempre “pica” para experimentar novas sonoridades e novas ferramentas para fazer música. E no próximo vai acontecer isso de certeza, ou então não lançamos nada e acaba.

ComUM: O que esperam para o futuro dos First Breath?

Telmo: Lá está, é como o Rui estava a dizer. A curiosidade de explorar novos sons e novos temas é o motor desta busca incessante do que é um álbum novo. No dia em que nos fartarmos, no dia em que nos cansarmos, de certeza que não vamos continuar para fazer frete. Mas enquanto formos apaixonados pela música, enquanto tivermos curiosidade e esta sede de fazer sons novos e de escrever sobre novas coisas, acho que nos espera um futuro bonito, brilhante. E se as pessoas quiserem acompanhar-nos melhor, senão logo se verá.

Rui: Estamos sozinhos…(risos)

Telmo: Estamos sozinhos, acho que estamos juntos, pelo menos nós os cinco. Se houver, pelo menos, nós os cinco e toda a gente que nos costuma seguir, acho que é perfeito.