Recém-chegado ao cinema, o novo filme de André Øvredal funciona como uma moderna adaptação da coleção de pequenas histórias assustadoras de Alvin Schwartz. O autor, juntamente com o ilustrador Stephen Gammell, aguçou a imaginação de jovens leitores durante anos.

As histórias de Schwartz, apesar de destinadas a jovens, prezam pelos desconcertantes detalhes. Isto diferenciou-as de outras histórias de terror e assombrou os jovens da época. A adaptação cinematográfica é, também, destinada a jovens. Isto porque o terror é leve, mas tão perturbador como as histórias de Schwartz.

Histórias Assustadoras para Contar no Escuro

O filme conta a história de quatro jovens que, na noite de Halloween, no ano de 1968, decidem visitar uma casa assombrada. Esta ideia-base que dá vida ao filme não se mostra muito diferente de outras histórias. No entanto, a misteriosa história da família que habita essa casa tem pouco de comum. Segundo a lenda, nessa casa vivia Sarah Bellows, uma das filhas da família Bellows. A jovem viveu toda a vida fechada num quarto, desprezada pela própria família.

Ao vasculhar o quarto de Sarah, os jovens encontram o seu livro de histórias. Tratam-se de histórias aterradoras escritas pela própria, que contava às crianças através das quatro paredes do seu quarto. Ao longo dos anos, acreditava-se que esses contos eram fatais e a causa da morte de muitas dessas crianças.

A mais curiosa do grupo, Stella, leva o livro consigo e mais tarde encontra uma nova história. Parece ter sido escrita recentemente e tem como protagonista da vida real um dos jovens da cidade. É assim que Stella percebe que Sarah continua a escrever histórias terríveis e que ela e os amigos serão as próximas vítimas.

Histórias Assustadoras para Contar no Escuro

Histórias Assustadoras para Contar no Escuro segue um ritmo agradável, sem grandes rodeios para chegar ao que realmente queremos ver, o terror. Nos restantes momentos do filme, os jovens tentam descobrir como parar Sarah antes que todos acabem mortos. É neste momento que os monstros das histórias ganham vida.

As histórias em si não são muito assustadoras, sendo melhor descritas como perturbadoras. A verdade é que durante todo o trabalho sentimo-nos tensos e piedosos para com as personagens e o que sofrem. O medo deles de alguma forma ajuda a criar uma atmosfera mais temerosa. No mesmo sentido funciona a época em que tudo acontece, através do ambiente antigo da casa, das personagens e da própria cidade.

Existem algumas falhas, como a evidente repetição, ao que se exclui o momento final. O argumento torna-se repetitivo à medida que as diferentes histórias são contadas, talvez por todas terem o mesmo fim. Isto acaba por aborrecer o espectador e torna mais difícil o envolvimento com a história.

Histórias Assustadoras para Contar no Escuro

O fim é realmente o mais esperado, pois não sabemos qual a forma de impedir Sarah, ou se isso vai de facto acontecer. Terminado o filme devo dizer que o desfecho não me surpreendeu. Foi exatamente como esperava e digo-o como algo negativo. Para além de previsível, achei-o sentimental demais e pouco realista. É esta a minha honesta opinião.

No entanto, não considerei o filme mau, nem uma total perda de tempo, já que os atores fizeram um excelente trabalho, assim como o realizador. Consegue perceber-se o empenho da produção, que acaba por falhar em alguns aspetos. Ainda assim, conseguimos ter alguns sustos e ver ao vivo as incríveis histórias de Schwartz e ilustrações de Gammell, o que por si só vale a pena. No fundo, este não é um filme capaz de mudar as vossas vidas, mas não deixa de ser uma boa experiência para ver com amigos numa sala escura.