First Breath After Coma, com um regresso, e Father John Misty, com uma salvação, revelaram-se os líderes do penúltimo dia de Vodafone Paredes de Coura.
O terceiro dia do “Couraíso” foi morrendo lentamente até chegar Father John Misty para a reanimação necessária. First Breath After Coma regressaram ao festival depois da atuação na edição de 2016, mas desta vez no palco principal.
Father John Misty reanimou o público que, na terceira noite de festival, esteve apagado. Foi com gritos, aplausos e assobios que o cantor norte-americano foi acolhido pela plateia. O cabeça de cartaz do dia 16 não era capaz de permanecer parado no sítio. A multidão toda de pé, toda a abanar-se e toda a cantar “Hollywood Forever Cemetery Sings”. O palco principal tornou-se na pista de dança do cantor no último concerto da noite, durante as canções que não se fazia acompanhar da guitarra.
O artista anunciou “The Night Josh Tillman Came To Our Apt.” como uma canção de folk tradicional. De guitarra em braços, o compositor norte-americano mostrou, durante toda a noite, o escritor de poemas que é, principalmente com “Chateau Lobby #4”, que foi também das mais aplaudidas. Num concerto cantado com o corpo, os olhos e a alma, Father John Misty encerrou o palco principal do penúltimo dia do Vodafone Paredes de Coura.
Os First Breath After Coma foram os primeiros a subir ao palco principal no penúltimo dia do Vodafone Paredes de Coura. O público foi chegando quase a correr para assistir ao concerto da banda de Leiria. A maior parte da plateia viu o concerto sentado na encosta do anfiteatro, contudo, na linha da frente, ouviam-se os gritos dos fãs do grupo indie.
Sem mais palavras depois de dizer que tocar no palco principal de Paredes de Coura foi “um sonho realizado”, a banda de Leiria tocou “Salty Eyes” sem terminar a frase com a emoção. Depois de atuarem na 24ª edição do festival, os First Breath After Coma regressaram a Coura para contar a história de NU, o álbum lançado em março. “I Don’t Want Nobody” foi a balada que arrepiou a plateia que quase não se atrevia a gritar pela banda. O grupo português terminou a atuação com um dos temas do grupo convidado, Noiserv, “Don’t Say Hi If You Don’t Have Time For A Nice Goodbye”.
“Come together” abriu o concerto dos Spiritualized. Jason Pierce, o vocalista da banda britânica, fez-se acompanhar não só de três coristas para cantarem com ele, mas também de todo o público que assistia de pé ao penúltimo concerto da noite. “Shine a Light”, “Soul On Fire” e “A Perfect Miracle” foram músicas que fizeram parte do alinhamento do concerto da banda inglesa. Spiritualized oscilou entre baladas e temas mais enérgicos como se nem se notasse a diferença de ritmo.
Os artistas britânicos dispuseram-se no palco em “U”, não mudando as suas posições durante o concerto. O grupo britânico teve uma audiência em pé bastante grande, contudo, havia gente sentada na parte mais atrás que aproveitava o estilo descontraído da música. “On The Sunshine” foi o tema que casou com as iluminações psicadélicas num espetáculo em harmonia entre som e luz. O concerto terminou com o tema “Oh Happy Day”, que foi também a música mais aplaudida pela plateia.
O segundo a tocar no palco principal foi Jonathan Wilson. O rockeiro californiano atuou para uma plateia maioritariamente sentada. Na frente, apenas alguns corpos se balançavam ao som das músicas do artista. O anfiteatro natural foi-se enchendo à medida que o músico atuava. Quem chegava tinha dificuldade em passar por entre quem anteriormente já estava recostado na relva da encosta. Num concerto descontraído, Jonathan Wilson embalou Coura até cair a noite.
O declive relvado conheceu a primeira enchente do dia na espera do começo do concerto dos Deerhunter. O quarteto foi recebido pelos festivaleiros com um aplauso e, quando os artistas norte-americanos subiram a palco, todos os sentados se levantaram para ouvir a banda indie-rock. Apesar do grupo americano saudar Paredes de Coura como Porto, os Deerhunter elogiaram o anfiteatro natural que as margens do rio Coura oferecem: “Que sítio belíssimo para se dar concertos!”. Mesmo com um concerto cheio, o público não estava muito animado. O concerto do quarteto americano realizou-se antes das atuações de Spirtualized e do cabeça de cartaz Father John Misty.
Os Derby Motoreta’s Burrito Kachimba abriram o palco Vodafone.fm no penúltimo dia de concertos. O concerto não estava cheio, mas o público que assistia a banda rock espanhola sabia muitas das letras das músicas que o grupo da vizinhança fronteiriça tocava. Os artistas espanhóis abriram caminho para os Balthazar. O grupo de indie-pop belga atuou para os festivaleiros que passavam.
Para continuar a animar o palco secundário, Black Midi veio estrear-se em Portugal no Vodafone Paredes de Coura. A banda londrina trouxe consigo o seu primeiro álbum, Schlagenheim, que foi lançado em junho. O quarteto inglês passou o testemunho a Conan Mockasin, que encerrou os concertos previstos do palco Vodafone.fm. O artista neozelandês encaminhou o palco secundário para o final com o seu estilo psicadélico.
Passada mais uma noite de festival e encerrada pelo cabeça de cartaz, Father John Misty, seguiram-se Peaking Lights e Romare no “After Hours”. O Vodafone Paredes de Coura continua no sábado para o último dia, com atuações de Suede, Patti Smith & Her Band, Mitsky, Freddie Gibbs & Madlib, entre outros.