Aretha Louise Franklin, lendária cantora e compositora norte-americana de Gospel, Soul e R&B, faleceu neste dia há um ano. A sua vida esteve repleta de sucessos musicais: em 1987, tornou-se na primeira artista feminina no Rock and Roll Hall of Fame e, em 2008, ganhou o seu 18º prémio Grammy, feito que a tornou numa das artistas mais galardoadas da história.

A quarta filha de cinco, Aretha Franklin nasceu a 25 de março em 1942, em Memphis, Tennessee. Os talentos musicais da cantora começaram a ser aparentes desde tenra idade e, sendo autodidata, foi considerada uma rapariga prodígio.

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Uma pianista dotada com uma voz poderosa, Aretha começou a cantar nas congregações paroquiais que o pai organizava. Aos 14 anos, gravou algumas das suas primeiras músicas na igreja do pai e lançou o seu primeiro álbum, Songs of Faith, em 1956.

Contudo, a vida em digressão levou a que estivesse exposta à vida de adulto e, aos 14 anos, teve o seu primeiro filho, Clarence. Dois anos depois, voltaria a ser mãe com o nascimento de Edward Franklin. Mais tarde, teria ainda outros dois filhos: Ted White Jr. e Kecalf Cunningham.

Após se ter mudado para Nova Iorque, não demorou muito para a jovem chamar a atenção das grandes gravadoras da altura. Em 1961 assinou pela Columbia Records, onde trabalhou com o produtor John Hammond. Gravou e lançou, até 1966, nove álbuns que não obtiveram muito sucesso. No entanto, Aretha Franklin conseguiu alguns hits nas paradas musicais da época com músicas como “Today I Sing the Blues” e “Rock-a-bye Your Baby with a Dixie Melody”, tendo esta última alcançado o top 40 das músicas mais tocadas da altura.

Em 1967, assinou pela Atlantic Records e, em abril, Aretha gravou a sua versão de “Respect” – originalmente composta por Ottis Redding – tornando-se a sua canção assinatura e obtendo o primeiro lugar nas tabelas de R&B e de Pop. A canção (e a própria cantora) tornaram-se num símbolo dos direitos civis. Com o seu sucesso, foi lhe dado o título de “Rainha do Soul”.

O sucesso que Aretha Franklin tinha começou a desvanecer por volta de 1975. A popularização do género Disco nos EUA e o aparecimento de vozes mais jovens como Chaka Khan e Donna Summer, começaram a eclipsar a carreira de Franklin. Isto, em conjunção com o facto de não conseguir os mesmos êxitos nas tabelas como outrora, levou ao corte da relação que tinha com a Atlantic Records.

Em 1979, o seu pai foi hospitalizado após um assalto que o deixou em coma. Para além de mais, Aretha estava sobrecarregada com despesas financeiras. Chegamos aos anos 80 e Franklin assina com a Arista Records.

Nesta época, retornou à disputa pelas primeiras colocações nas tabelas com o álbum “Jump On It” e lançou singles icónicos como “United Together” e um dueto com George Benson em “Love All the Hurt Away”. Mas é com o álbum Who’s Zoomin’ Who que Aretha Franklin conseguiu o seu primeiro disco platina, ao ultrapassar um milhão de cópias vendidas.

Os anos passavam e a compositora continuava a lançar inúmeras músicas que foram aclamando sucesso nas tabelas, nomeadamente o dueto que fez com George Michael em “I Knew You Were Waiting (For Me)”. Em 1987, tornou-se a primeira artista feminina a ser colocada no Rock and Roll Hall of Fame – um museu que regista a história de alguns dos mais conhecidos e influentes artistas na indústria do Rock e do Pop.

Em 2010 é diagnosticada com cancro do pâncreas, mas nem isso fez parar a alma de artista de Aretha que, embora com menos frequência, continuava a dar concertos nos palcos do mundo. A 12 de Agosto de 2018, é reportado que a situação de saúde de Franklin se havia agravado estando esta acamada na sua casa, em Detroit.

À medida que as notícias do seu estado circulavam, a cantora recebeu várias visitas de famosos como Stevie Wonder e Jesse Jackson que lhe vieram dar as melhoras. Aretha acabaria por sucumbir à doença na manhã de 16 de agosto de 2018, aos 76 anos.

18 Grammys, inúmeras aclamações e 75 milhões de álbuns vendidos. Uma cantora irascível que cresceu no Gospel e se tornou um ícone do R&B. Uma artista que escondeu com a sua voz um passado trágico. Foi assim Aretha Franklin: uma das mais enigmáticas vozes na história, a diva do Soul.