Caetano Emanuel Viana Teles Veloso é um dos músicos e compositores mais aclamados do Brasil, não só pelo seu doce timbre, mas também, e principalmente, por ser tão bem sucedido na Bossa Nova, não fosse o seu ídolo o falecido João Gilberto.  A sua carreira profissionalizou-se na década de 60, quando começou por acompanhar a sua irmã, Maria Bethânia, em espetáculos no Rio de Janeiro. Foi nesta altura que conheceu grandes artistas, que se tornariam grandes colegas, nomeadamente Gal Costa, Gilberto Gil e Tom Zé.

Caetano cresceu e desenvolveu-se numa época de grande contestação social, o que o levou a estar envolvido na criação da corrente musical Tropicalismo, que se revoltava contra o regime ditatorial que se impunha no Brasil, na época. Assim surgiu “É proibido proibir”, que resultou no exílio político do cantor em Londres.

Daí nasceu o álbum Caetano Veloso, que conta com a participação de Gilberto Gil e Luiz Gonzaga. É ainda relevante mencionar a colaboração com Chico Buarque, outro artista com “A” maiúsculo, com quem lançou um álbum. (Quem disse que não se pode ter o melhor de dois mundos?)

Nas obras do artista, é notória a inspiração em João Gilberto, tanto pela batida ritmada do Bossa Nova, como pela inovação nas harmonias e melodias. Antagonicamente suaves mas fortes, as músicas de Caetano não passam despercebidas ao mais comum dos ouvintes.

Não é preciso saber nomear os compassos, mas sim reconhecer que as canções deste homem nos deixam nas nuvens, por um motivo que não conseguimos compreender totalmente. Com uma doçura e leveza sem par, as sensações que Caetano Veloso transmite são de calma e tranquilidade num dia caótico, como se fosse um pequeno oásis de paz neste mundo tão agitado.

Não é preciso o “Silêncio da Noite” para nos imaginarmos num romance dos contos de fadas, com “Sozinho” como banda sonora (A Disney bem que podia aprender umas coisas). No fundo, Caetano Veloso possui um legado brilhante, que esperemos que continue por muitos mais anos. Cabe-nos a nós, meros seres sem talento, difundir este belo estilo e impedir que ele morra e passe ao lado da intemporalidade que tanto merece. Afinal, “quando a gente gosta, é claro que a gente cuida”.