Após ter declarado estado de emergência social, a AAUM alerta a comunidade para a falta de camas para os deslocados na Universidade do Minho.

O movimento “Uma pedra por mim”, apresentado na conferência de imprensa da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) na segunda-feira, dia 9 de setembro, sensibiliza a comunidade para o problema do alojamento dos estudantes deslocados da academia minhota.

Das 600 camas criadas em 2019 pelo Plano Nacional de Alojamento do Ensino Superior (PNAES), à UM foram disponibilizadas oito camas em Guimarães e nenhuma em Braga. Nuno Reis, presidente da AAUM, exige “os 4% que o governo prometeu”, considerando uma “discriminação do governo para com os estudantes da academia minhota”.

Com as residências lotadas há quatro anos consecutivos, com o governo a dar um complemento de alojamento de 174 euros e com o valor, em média, de uma cama em Braga a rondar os 250/300 euros, o presidente mostrou-se preocupado com os alunos bolseiros deslocados que têm de “pagar do seu próprio bolso para estudar. Estes deviam estar numa situação social que lhes permitisse não ter de o fazer”.

A AAUM reivindica “o aumento do orçamento de estado para o ensino superior” com vista à criação de um “fundo específico para a reabilitação ou construção imediata de residências universitárias”. Nuno Reis considera que “os fundos privados que estão a ser criados estão a demorar a dar respostas” e, perante uma situação de emergência, “o governo tem de ter capacidade de trabalhar com a oferta pública e criar residências com urgência”.

O presidente da Associação Académica quer, também, que o governo coopere “com as entidades e os municípios e, acima de tudo, instituições de utilidade pública locais”, no sentido de dar respostas às necessidades urgentes dos alunos deslocados da academia, que representam 74% dos 19 mil alunos. Para Nuno Reis, é lamentável que “desde 1998 não tenha sido construída nenhuma residência na UMinho” apesar de o número de alunos ter aumentado em 4000 desde então.

O movimento vai ser dinamizado a partir de dois eixos. Um orientado para a comunidade em geral e outro direcionado para a sensibilização local. “Vamos ter alguns depósitos em todos os campi da UM, onde os estudantes poderão trazer como efeito simbólico uma pequena pedra e colocar nesse mesmo contentor”, explicou. Para a comunidade em geral foi apresentada uma petição online, de fácil acesso, para que todas as pessoas, tanto a comunidade académica como qualquer cidadão, possam ajudar os estudantes da UMinho.