Verdadeira peregrinação ao Monte do Bom Jesus para assistir ao concerto de Mariza.
Foi num concerto inédito, esta sexta-feira à noite, no Bom Jesus, em Braga, que se comemorou a classificação de Património Cultural Mundial da UNESCO do Santuário. Mariza, a artista convidada para a ocasião, atraiu milhares de bracarenses e, juntos, festejaram a distinção.
No passado dia 7 de julho, o Santuário do Bom Jesus, em Braga, recebeu a classificação de Património Cultural Mundial da UNESCO, por isso, o Santuário convidou a população para comemorar. A “festa da gratidão”, como a apelidou D. Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz, aconteceu na noite desta sexta-feira à noite, no próprio monumento.
Quando Mariza entrou em palco, fez-se silêncio. Afinal, ia-se cantar o fado, mas não só, porque não só de fado vive a artista. O alinhamento musical incluiu não só temas do último álbum Mariza, tais como “É mentira” ou “Trigueirinha”, mas também músicas que fizeram o sucesso da fadista e que ela não podia deixar de cantar em Braga.
Todas as idades confundidas cantaram, de cor e em uníssono, os temas “Quem me dera”, “Melhor de mim”, “Chuva” ou “Rosa Branca”. Fados mais tradicionais como “Barco negro” e “Gente da Minha Terra” também marcaram presença.
Foram milhares os bracarenses que rumaram em direção ao Santuário. A grande maioria optou pelos transportes públicos postos à disposição para o acontecimento, mas não escaparam à difícil ascensão do escadório do Bom Jesus. Miúdos e graúdos subiram, em fila, as centenas de degraus. No topo, acolhia-os um Santuário vestido de cor-de-rosa e, à sua frente, o palco onde iria atuar Mariza.
Todos tentaram encontrar um local de onde pudessem vislumbrar a artista. A tarefa não foi fácil com gente aos milhares, vinda de todos os lados. Apesar de a maioria não conseguir ver a artista, ninguém desanimou. Podem não ter conseguido vê-la, mas, seguramente, ouviram-na.
No final, sentiu-se um tom de emoção. Quando entoaram os primeiros acordes de “O tempo Não Para”, a plateia imobilizou-se e fez silêncio. Viveu-se um momento único nessa noite, em Braga. As paredes do Santuário vão recordar esta noite de sexta-feira e os bracarenses também.
Setembro 15, 2019
Isabel Moura, Barco Negro não é um fado, é uma criação da dupla brasileira Caco Velho/Piratini que no original se chama “Mãe Preta”. A música foi popularizada por Amália Rodrigues que a cantou com uma letra de David Mourão Ferreira. Antes de Amália, a música original foi trazida para o continente pela voz de Maria da Conceição.