Faleceu esta sexta feira, dia 13 de Setembro, Gyorgy Konrad. O escritor húngaro foi um grande crítico de Viktor Orbán e uma voz forte a favor da democracia.

Gyorgy Konrad foi um dos sobreviventes do Holocausto, na Segunda Guerra Mundial, com a ocupação nazi da Hungria. Tanto a experiência como as próprias crenças tornaram-no um defensor da democracia. Opôs-se ao regime comunista de Moscovo e ao regime de Viktor Orbán.

Konrad é dos escritores húngaros mais traduzidos e, também, mais premiado internacionalmente. Uma das obras mais conhecidas e premiadas é A Guest in My Own Country: A Hungarian Life (Um Convidado no Meu Próprio País: Uma Vida na Hungria – tradução livre). No livro de memórias recorda o Holocausto e a Revolução de 1956. Escreveu ainda The Case Worker, The City Builder, The Loser, A Fest in the Garden, Antipolitics e The Invisible Voice: Meditations on Jewish Themes.

Gyorgy Konrad

tvi24.iol.pt

As suas obras foram proibidas na Hungria durante o regime soviético. Como opositor, foi também preso várias vezes por autoridades da ditadura.

Gyorgy Konrad dirigiu ainda algumas instituições. Entre 1990 e 1993, após a queda do Muro de Berlim, ajudou a promover a aproximação de instituições culturais de Leste e do Ocidente com o Pen Club International. Mais tarde, entre 1997 e 2003, esteve à frente da Academia de Artes de Berlim.

O escritor recebeu vários prémios pelo seu trabalho. Para além dos principais prémios húngaros, ganhou ainda uma Medalha Goethe, o Prémio Carlos Magno, na Alemanha, e o prémio Manès-Sperber, na Áustria. Foi também honrado com o Prémio Europeu de Ensaio Charles Veillon.

Gyorgy Konrad faleceu em Budapeste, aos 86 anos. Foi, sem dúvida alguma, uma voz de poder muito importante, tanto para a Hungria, como para o mundo, que aprendeu com o seu exemplo.

Gyorgy Konrad

expresso.pt