Mulheres de Braga predispostas a “chamar a atenção do país inteiro” para o problema que é a violência doméstica.
Esta quarta-feira, no Largo Maximinos, o grupo Mulheres de Braga incentivou a um minuto de barulho pelas vítimas de violência doméstica e promoveu a adesão a uma petição “Basta de nos Matarem”. Emília Santos, porta-voz do grupo, relembra a petição em vigor, que visa implementar medidas para diminuir os casos de violência.
O número de vítimas que morreram em contexto de violência doméstica tem vindo a aumentar ao longo dos anos. Mulheres de Braga, grupo contra a violência doméstica, iniciou a petição pública “Basta de nos Matarem”, que apresenta cerca de 2500 assinaturas. Porém, serão precisas pelo menos quatro mil para esta chegar à Assembleia da República e de oito mil para ser debatida no Parlamento.
Face a este problema, Emília Santos, representante do grupo, apela para que as pessoas participem nesta petição. Segundo a Lusa, esta espera que, com a petição, haja “a conjugação de esforços do Governo, no sentido de fazer aprovar medidas legislativas que combatam eficazmente este flagelo”.
Emília Santos explica que as medidas defendidas pelo grupo, tal como a introdução de uma disciplina nas escolas desde a pré-primária, têm como objetivo elucidar as crianças para que compreendam o que é a violência doméstica e os abusos sexuais. Visto que as crianças poderão ser “os futuros agressores ou futuras vítimas”, esta é uma forma de prevenir, afirma.
Consideram importante a “formação de juízes”, que estão poucos sensibilizados para a causa e não aplicam as leis devidas. Defendem que uma vítima, a partir do momento em que faz queixa, deveria ter proteção imediata e ser considerada como tal. Atualmente, isso apenas acontece após “fazerem a prova e terem a certeza quanto ao agressor”, até então “a vítima não tem estatuto e não é protegida de maneira nenhuma”.
Finaliza apontando o facto de que o país inteiro tem de ser chamado à atenção, pois “a violência tem de parar e tem de haver consciencialização das pessoas”. Acrescenta que é preciso parar de fazer luto e silêncios. “Chega dos silêncios, temos mesmo que fazer barulho” para despertar as pessoas para estas causas e para este problema.
As assinaturas recolhidas nesta petição serão entregues na Assembleia da República, no dia 25 de novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres.