Quando falamos em agosto falamos em férias, sol, verão e filmes. Falling Inn Love estreou a 29 de agosto e é um filme inegavelmente marcante, dirigido por Roger Kumble.
Como sabemos, o mundo dá muitas voltas, está constantemente a sofrer alterações e nada é garantido. Assim aconteceu a Gabriela Diaz que, um dia tinha o emprego dos seus sonhos e, no dia seguinte, viu esse sonho ser-lhe arrancado das mãos. Sim, sentiu-se inútil e impotente, como qualquer um de nós que tenha contas para pagar e não veja nenhum dinheiro a entrar no fim do mês.
Mas, como se diz: “fecha-se uma porta, abre-se uma janela”. E foi exatamente isto que aconteceu à rapariga. Uma mansão estava a ser sorteada, ela candidata-se e, por obra do destino, ganha-a. No entanto, quando chega a Bellbird Valley Farm, Gabriela depara-se com uma realidade completamente diferente daquilo que lhe haviam prometido. Na foto, a mansão parecia um verdadeiro sonho e, ao vivo, estava literalmente a cair aos bocados.
É desta forma que começa a jornada para a renovação da mansão e da sua vida amorosa, com a ajuda de Jake Taylor, cuja relação começou com um ódio por razões discerníveis. Tanto a mansão como a relação deles sofrem uma evolução gigante ao longo de Falling Inn Love, o que torna, de certa forma, o enredo interessante.
Apesar do trabalho ser um típico filme de romance, os atores foram bem escolhidos e as personagens bem representadas. A tarefa não é nada fácil devido às várias alterações que sofrem no decorrer da narrativa. Nota-se, ainda, uma certa química entre os atores principais, pouco conhecidos, o que é bom, para dar espaço a estas novas caras e jovens talentos.
Em termos de cenário, a escolha do realizador foi muito pertinente e interessante, visto que revela uma parte do campo que muitos desconhecem. A sua frescura, calma e descontração são uma ótima forma de se recomeçar do zero. Esta dicotomia entre campo e cidade revela, da parte do autor, um certo apresso pela vida campestre e pelos que lá habitam. Este ênfase é visto principalmente pela escolha de cores mais brilhantes e luminosas quando se refere ao campo.
Um aspeto que também chama à atenção é a banda sonora. A última traz-nos aquela nostalgia fantástica dos velhos tempos e reflete, com grande intensidade, o estado de espírito das personagens. Um exemplo disto é a música “Best Day Of My Life”, de American Authors, que dá uma certa sensação de esperança e alegria e que condiz perfeitamente com o pico de alegria que partes do filme transmitiam.
Se por um lado os filmes de romance têm quase sempre a mesma história e são previsíveis com os seus finais felizes, estes acabam por ser uma ilusão para o espetador ao mostrar que tudo parece fácil. Por outro lado, Falling Inn Love tem uma vertente pedagógica. Ensina-nos que, às vezes, não há nada como nos afastarmos por um bocado e pensarmos no que queremos. É preciso sair da zona de conforto para inovar e, apesar das adversidades que possamos ter, nunca devemos baixar os braços, pois “precisamos de ter dias cinzentos, para podermos apreciar os dias de sol”.
Título Original: “Falling in Love”
Realização: Roger Kumble
Elenco: Adam Demos, Christina Milian, Jeffrey Bowyer-Chapman
EUA
2019