Joaquin Rafael Phoenix, nascido como Joaquin Rafael Bottom, celebra esta segunda-feira, dia 28 de outubro, o seu 45º aniversário. Com cerca de 33 anos de carreira, Phoenix é um dos mais versáteis e aclamados atores de Hollywood.
O ator e produtor conta com um Globo de Ouro de Melhor Ator de Comédia/Musical, diversas indicações na mesma premiação e outras internacionais, incluindo o prémio de Melhor Ator no Festival de Cannes 2017. O mais recente papel como Arthur Fleck (Joker) pode ainda render-lhe muitos mais.
Joaquin nasceu a 28 de outubro de 1974 na cidade de San Juan, Porto Rico. É o terceiro de cinco filhos: irmão do falecido ator River Phoenix (1970-1993), Rain Phoenix, Summer Phoenix e Liberty Phoenix. Os pais pertenciam ao culto Filhos de Deus e viajavam como missionários pela América do Sul. Em 1978, abandonaram o culto e voltaram aos EUA, onde mudaram de sobrenome e Joaquin se passou a chamar Leaf (voltou a ser Joaquin em 1990). Foi na América que os irmãos Phoenix foram descobertos por uma agente de talentos infantis em Hollywood.
Joaquin estreou-se junto a River na série televisiva Sete Noivas para Sete Irmãos, em 1982. Já no ramo do cinema, entrou em 1986, com o filme Space Camp – Aventura no Espaço. O ator chegou a trabalhar com Alfred Hitchcock, quando estrelou num episódio da série Alfred Hitchcock Presents. Conquistou o seu primeiro papel de destaque em 1989 em Parenthood, de Ron Howard.
Apesar de ser constantemente comparado com o irmão, River, a admiração pelo mesmo sempre superou qualquer tipo de inveja que poderia sentir. Foi Joaquin quem fez a chamada de emergência quando o irmão se sentiu mal e o acompanhou até ao momento da morte (por overdose). A atenção dos média, que tinham obtido a chamada de emergência, levou a que Phoenix se afastasse do cinema por um ano, até os amigos o convencerem a voltar.
A carreira do intérprete foi sempre marcada por personagens sombrias, inseguras e um tanto fora do comum. Desde o papel de adolescente problemático em Disposta a Tudo (1995), onde se tornou o objeto de sedução de Nicole Kidman, até ao cruel e desprezável imperador romano, em Gladiator (2000). Foi a interpretação de Cómodo que lhe rendeu as nomeações ao Óscar e Globo de Ouro de Melhor Ator Secundário. O papel seguinte num grande filme deu-se em 2004, onde interpretou um cameraman desiludido em Hotel Rwanda.
Um dos papéis mais memoráveis e reconhecidos do ator, tanto pela academia como pelo público, foi o de Johnny Cash em Walk the Line. Após o próprio cantor aprovar Phoenix como seu interpretante, Joaquin começou logo a preparação da personagem. Comprou uma guitarra e aprendeu a tocá-la, bem como aprendeu a interpretar Cash no lado mais musical. Todas a músicas do filme, assim como o álbum da trilha sonora, são cantadas e tocadas por Phoenix e Reese Witherspoon (no papel de June Carter Cash), o que dá, assim, um toque especial à obra. Em 2005, o intérprete conquistou a nomeação ao Óscar de Melhor Ator e venceu o Globo de Ouro, na mesma categoria, em 2006.
A maior controvérsia até agora deu-se em 2008, quando o ator anunciou que se iria aposentar da carreira de ator e declarou que se iria dedicar à música. Deixou crescer o cabelo e a barba e, em 2009, estreou-se no mundo do Rap. Naquilo que parecia ser um surto psíquico ou um colapso mental semelhante ao de Britney Spears, revelou ser tudo parte de um “mockumentary” (documentário falso) do cunhado, Casey Affleck. Intitulado I’m Still Here, estreou em 2010 e acompanhou o início de Joaquin numa suposta carreira de Hip-hop.
Em 2013 estrela num outro grande filme, Uma História de Amor. Neste trabalho, destaca-se pela interpretação dócil e delicada de um personagem que é o total oposto da maioria dos seus papéis anteriores. A versatilidade de Phoenix é aqui acentuada pelo modo em que nos envolve na história, ainda que esta seja incomum. Apesar do grande vencedor nas premiações ter sido o roteiro do filme, o ator mereceu a nomeação ao Globo de Melhor Ator em Comédia/Musical.
O mais recente papel de Joaquin Phoenix, Joker, tem sido alvo de controvérsias, não pelas ações do ator mas pela violência e caráter negro do filme. Ainda assim, é imprescindível condecorar o ator por mais uma interpretação magnífica. É até considerado, por muitos críticos, o melhor Joker desde Heath Ledger em O Cavaleiro das Trevas. O intérprete comprova, mais uma vez, a sua mutabilidade e capacidade de se adaptar à personagem, ao mesmo tempo que adapta a personagem a si. Uma prova de que nunca teve problemas em alterar o seu aspeto físico, mas também o seu estado mental, para fazer jus ao papel a interpretar.
Considerado dos melhores atores da atualidade, o carisma de Joaquin Phoenix não é marcante apenas no panorama do cinema, mas também no panorama social. O ator já deu a perceber que deixará uma marca no mundo, seja esta através da sua vida pessoal ou da sua carreira nos ecrãs.