À Procura de Alaska: uma busca infinita

À Procura de Alaska é uma série reduzida a oito episódios que surge como adaptação do livro de John Green aos ecrãs. Estreou em outubro e não se absteve de surpreender o espectador com o drama, a aventura e o mistério da vida de quatro adolescentes.

Tudo começa quando um rapaz, Miles, opta por mudar de vida. O rapaz é tímido e introvertido e os únicos amigos que tem são “as últimas palavras de pessoas famosas”. Com o intuito de encontrar o seu “Grande Talvez”, decide concluir o ensino secundário na escola privada de Culver Creek.

Com esta decisão, o protagonista vê-se obrigado a sair da zona de conforto, a enfrentar adversidades e a aventurar-se, tudo graças aos novos amigos: Chip, Takumi e Alaska. No entanto, o seu objetivo é posto à prova quando uma tragédia se abate sobre Culver Creek. Esta cena é logo apresentada ao espectador na abertura do primeiro episódio. Ao longo da restante temporada, tal como no livro, é feita uma contagem decrescente até aquele exato momento, de forma a explicitar aquilo que leva àquele acontecimento.

As personagens de À Procura de Alaska são apresentadas vividamente. Cada uma é moldada minuciosamente ao respetivo ator, o que torna mais fácil captar os mais pequenos detalhes que as definem. Tudo o que uma personagem é transmite-se devidamente e completamente ao público. Kristine Froseth interpreta de forma brilhante Alaska Young. Todo o mistério, natureza ousada, alegria, excitação, exuberância e virtudes que caracterizam a jovem são bem demonstradas.

Já Miles Halter é representado por Charlie Plummer, que veste muito bem o fato do adolescente acanhado, delicado e discreto que pretende envolver-se mais nas rebeldias da vida e que se surpreende com aquilo que é mais puro e belo. Do mesmo modo, a performance de Denny Love, como Chip, e de Jay Lee, como Takumi, proporcionam a apresentação de personagens únicas e específicas.

Os ambientes que servem de cenários e a trilha sonora estão perfeitamente sintonizados com a história. A música, por vezes alheia, acaba por surpreender o espectador quando este menos espera. Absorve-o inconscientemente para o decorrer das ações, como uma melodia magnetizante, o que acaba por ser conveniente. O tempo que as ações levam a decorrer vai-se arrastado, o que cria inquietação e entusiasmo, até ao derradeiro momento.

À Procura de Alaska expõe uma narrativa onde as personagens se confrontam com fortes dilemas e questões associadas ao sentido da vida, à morte como um fim e às consequências de escolhas e códigos de honra. A procura por respostas e o modo de como cada jovem as responde envolve ainda mais o espectador. Uma série juvenil intensa e expectante.